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Como deve ser a vacinação infantil contra a Covid-19 no Brasil

Aprovada pela Anvisa, vacina da Pfizer só chega aos braços das crianças após anúncio do governo; antes disso, profissionais devem passar por treinamento

Por Fabiana Schiavon
Atualizado em 16 dez 2021, 17h15 - Publicado em 16 dez 2021, 17h12
vacina covid crianças
Para evitar erros, o rótulo da ampola da vacina infantil contra a Covid-19 tem uma cor bem marcante: o laranja. A Anvisa recomenda, ainda, um treinamento específico dos agentes de saúde. (Foto: CDC/Unsplash/Divulgação)
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A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o uso da vacina Comirnaty, da Pfizer, para proteger crianças de 5 a 11 anos contra o coronavírus. Já estão sendo imunizadas crianças de países como Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha, França, Espanha, Coreia, Austrália e Holanda.

A experiência de sucesso da imunização infantil nesses outros países está guiando as recomendações da agência. A vacinação dos pequenos é segura e importante tanto para protegê-los quanto para diminuir a circulação do vírus.

Só nos Estados Unidos, mais de 5 milhões de crianças foram vacinadas. As reações adversas leves e esperadas são dor de cabeça, no corpo ou no local da aplicação, além de febre — semelhante ao que já é visto nos adultos.

A formulação é diferente do produto aplicado nos mais velhos, com doses menores. E, para reforçar a segurança, rótulo e tampa têm uma cor bem marcante: o laranja.

“Uma vez que a maioria dos problemas observados no exterior se referia a erros de preparação ou aplicação da vacina, o programa de imunização não deve iniciar antes de um treinamento completo das equipes de saúde”, afirmou Meiruze Sousa Freitas, uma das diretoras da Anvisa.

+ LEIA TAMBÉM: Vacina da Covid-19 em crianças: tudo o que você precisa saber

Por que vacinar as crianças contra a Covid-19?

Em primeiro lugar, para protegê-las, um ponto unânime entre os médicos. Apesar de geralmente terem quadros mais leves do que os adultos, elas ainda podem adoecer e morrer. Só em 2021, foram 1 400 óbitos de pessoas abaixo dos 18 anos devido à Covid-19, segundo a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia.

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“A carga da doença nelas não é desprezível. Os casos de morte superam os de todas as outras doenças preveníveis com vacinação, como sarampo e rubéola, somadas. Há ainda o risco da Covid longa e a infecção conjunta com outras síndromes respiratórias”, afirma Renato Kfouri, pediatra da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBim).

Além da proteção individual, imunologistas ainda defendem que a imunidade de rebanho só será efetiva quando toda a população puder ser vacinada.

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Quanto mais gente imunizada, há menos chances de que novas variantes surjam. Isso porque pessoas sem proteção alguma dão espaço para o vírus se replicar em grandes quantidades. Cada vez que ele se espalha, há a possibilidade de novas mutações, que podem ou não mudar o rumo da pandemia.

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Para chegar à dosagem correta e avaliar a eficácia da fórmula nos pequenos, a vacina foi testada em três fases. “Ficou comprovada a existência de anticorpos nas crianças na mesma quantidade observada nos adultos imunizados, e que eles são capazes de combater a variante Delta [ainda predominante no país]”, afirma Gustavo Mendes, gerente médico da Anvisa.

A eficácia estimada é de 90% contra casos graves e mortes. Ainda é preciso saber quanto tempo dura a proteção, algo que será visto agora, com a aplicação em larga escala, e se a fórmula será eficaz contra novas variantes, como a Ômicron.

Sabe-se que um indivíduo vacinado transmite uma menor quantidade de vírus e por menos tempo, mas ainda não há estudos explorando a questão em crianças.

Vale reforçar: as reações são, em sua maioria, leves e autolimitadas. O evento adverso que mais chama atenção são os relatos extremamente raros de miocardite e pericardite, inflamações cardíacas, que ocorreram até agora em 0,007% dos vacinados, sem consequências graves.

Como deverá ser a vacinação das crianças no Brasil?

Elas devem receber duas doses da vacina com intervalo de 21 dias. Mas ainda não há previsão para o início da aplicação. O governo não informou uma data ou se há doses disponíveis para esse público. No meio do caminho deve haver, então, a compra do produto, a entrega e o treinamento dos profissionais em nível nacional.

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Em resumo, a imunização precisa ocorrer com cuidado e acolhimento. Em comunicado oficial, foi reforçado que crianças devem ser recebidas em ambiente acolhedor e observadas de perto pelos pais e profissionais. Alguns países têm recorrido a palhaços, músicos e outras ferramentas para distrair os pequenos da picada.

+ LEIA TAMBÉM: Como surge uma variante do coronavírus?

Outras recomendações:

  • A sala deve ser exclusiva para a aplicação de vacina infantil contra a Covid-19
  • O profissional deve mostrar todas as especificações técnicas ao pai ou responsável da criança (confira as informações abaixo)
  • As crianças devem permanecer no local por 20 minutos para serem observadas
  • Os pais devem levar a criança ao médico se houver sinais de falta de ar, dor no peito ou taquicardia
  • Entre os sintomas esperados estão dor e inchaço no braço, febre e dor de cabeça – muito semelhante ao que ocorre com os adultos

Como é a dose das crianças?

Dose:  10 ug (Tris Sucrose) que estarão nos frascos de tampa e rótulo de cor laranja
Volume da injeção: 0,2 ml

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Outras informações técnicas:

  • Concentração de mRNA: 0,1mg/ml
  • Doses por frasco: 10 doses
  • Quantidade de diluente: 1,3 ml
  • Armazenamento: 10 semanas

 

 

 

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