O tratamento do zika é focado em aliviar os sintomas, porque não há remédios que ataquem especificamente o vírus. Via de regra, são indicados medicamentos para o controle de febre, dor de cabeça, manchas na pele e dor no corpo – os mesmos usados nos pacientes com dengue.
É importante lembrar que a doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti não desencadeia reações em 80% dos casos. Tanto que é considerada leve na maioria das vezes. A preocupação com o vírus está relacionada às complicações que ele pode provocar.
Zika tem cura?
A cura é espontânea: após uma semana, o próprio corpo se livra do vírus. Nesse sentido, é bom se hidratar, descansar e, claro, lidar com os sintomas que surgirem.
Agora, as eventuais sequelas graves, que abordaremos adiante, permanecem por mais tempo.
Como é o tratamento?
Ele é focado nos sintomas. Para controle de febre e dor, são indicados fármacos com paracetamol ou dipirona. Para cuidar das erupções na pele, o médico receita anti-histamínicos.
A orientação do Ministério da Saúde é de que os casos suspeitos sejam tratados como dengue, devido à sua maior frequência e, principalmente, gravidade. Até porque os exames que diferenciam essas infecções demoram um tempinho para ficarem prontos.
Conclusão: apesar do zika não provocar sangramentos, o paciente com sintomas suspeitos não deve ingerir medicamentos com ácido acetilsalicílico (como a aspirina) e anti-inflamatórios, que aumentam o risco de hemorragia.
Tem tratamento para as complicações?
Tem sim, mas, para cada condição, há uma tática específica que vai depender da evolução da enfermidade.
Dentre as principais sequelas deixadas pelo zika vírus, a mais temida é a Síndrome de Guillain-Barré, uma doença autoimune que atinge o sistema nervoso e provoca fraqueza progressiva no corpo, principalmente nas pernas e nos braços.
Em casos mais graves, ela afeta a movimentação dos pulmões, levando a uma insuficiência respiratória.
Internar o paciente quanto antes é o primeiro passo para reverter esse quadro. Com o tratamento adequado, é possível minimizar os efeitos da chateação.
Fonte: Kléber Giovanni Luz, infectologista e diretor da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI).