Atuante no segmento de mamografia desde o início dos anos 1990, a GE Healthcare, gigante da área de soluções médicas, acaba de lançar dois equipamentos no Brasil. Eles foram desenvolvidos para evitar que o medo, o desconforto e a necessidade de refazer exames por causa da má qualidade da imagem gerada continuem incentivando mulheres a adiarem consultas relacionadas à detecção do câncer de mama.
O primeiro, batizado de Senographe Pristina, permite que a paciente controle, por meio de um dispositivo remoto, a intensidade da compressão no seio, já previamente posicionado por um profissional. Mas isso não poderia prejudicar a qualidade da imagem? Um teste realizado no Centre de Sénologie et d’Echographie, na França, sugere que, com esse aparelho, as mulheres tendem a imprimir uma força até 25% maior do que a necessária para flagrar nódulos pequenos, que passam despercebidos no autoexame.
Segundo o levantamento, a técnica ainda culminou em menor exposição à radiação. Ainda assim, cabe reforçar a importância de respeitar os pedidos do técnico, porque um mínimo de pressão é necessário para que qualquer mamografia disponível no momento seja satisfatória.
“80% das usuárias classificaram o Senographe Pristina como mais agradável do que o exame tradicional”, conta Luiz Verzegnassi, diretor Brasil da GE Healthcare, de São Paulo.
A segunda novidade atende pelo nome de Invenia ABUS. Trata-se, em suma, de uma ultrassonografia automatizada especializada em mamas. Complementar à mamografia, é indicada especialmente para mulheres cujos seios são classificados como densos, por terem mais tecido mamário do que gordura.
“Nesses casos, a visualização de nódulos na mamografia é prejudicada e o risco de desenvolver o problema é de quatro a cinco vezes maior”, ressalta Silvia Sabino, coordenadora médica do Núcleo de Aperfeiçoamento em Mamografia do Hospital do Câncer de Barretos (SP). Daí a importância de uma tecnologia específica.
Ambos os equipamentos já estão sendo comercializados para clínicas particulares brasileiras, mas não há previsão para a chegada à rede pública de saúde. E que fique claro: as técnicas mais acessíveis já são adequadas para detectar o câncer de mama. Uma das maiores barreiras no diagnóstico precoce no nosso país, hoje, é a não realização de exames preventivos, conforme a orientação dos profissionais.
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