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Febre oropouche é associada a microcefalia em bebês, alerta governo

Ministério da Saúde emite nota técnica pedindo cuidado redobrado para prevenir doença em gestantes. Casos ainda estão sendo investigados

Por Maurício Brum
17 jul 2024, 15h17
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  • O Ministério da Saúde emitiu uma nota técnica alertando sobre o risco da febre oropouche em grávidas. Uma nova pesquisa apontou a presença do anticorpo da doença em quatro casos de microcefalia em bebês, sugerindo uma possível associação entre o vírus e essa malformação. Também há suspeita de um caso de abortamento ligado à infecção.

    Todos os casos estão em investigação. Mas, caso a suspeita seja confirmada, isso colocaria o oropouche ao lado de outros problemas de saúde nos quais a gestante transmite a doença ao bebê através da placenta, gerando distúrbios congênitos. No passado, já se verificou microcefalia em função da presença da sífilis e do zika no corpo materno.

    Em função disso, o Ministério reforçou a necessidade de se prevenir contra o oropouche, especialmente no caso de grávidas.

    +Leia também: O que é a febre do oropouche, que deixa Ministério da Saúde em alerta

    Como o risco de microcefalia foi identificado

    A pesquisa que rendeu o alerta foi realizada pelo Instituto Evandro Chagas, a partir de amostras de soro e líquor na investigação da presença de determinados tipos de vírus em casos de microcefalia.

    As amostras dos bebês tiveram resultado negativo para infecções como zika, chikungunya e dengue. As mães tampouco tinham marcadores de outras doenças que poderiam causar essas alterações congênitas, como toxoplasmose e sífilis. Por outro lado, os bebês com microcefalia tinham anticorpos contra o vírus da febre oropouche, indicando uma possível associação entre a malformação e o contágio.

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    Segundo os pesquisadores, esse achado evidencia a existência de transmissão vertical do vírus entre mãe e bebê, mas ainda não confirma uma relação de causa e efeito entre o oropouche e a microcefalia — mais pesquisas são necessárias para cravar isso.

    Mesmo assim, o risco já justifica a adoção de medidas preventivas redobradas no caso das gestantes.

    Como se proteger da febre oropouche

    As recomendações reforçadas para as grávidas valem para todas as pessoas quando o assunto é se proteger do oropouche. Por ser uma doença que tem os mosquitos como vetores, deve-se evitar frequentar áreas com excesso de insetos, cobrir o corpo quando possível, fazer uso de repelentes e mosquiteiros para mantê-los afastados.

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    Medidas básicas de limpeza de ambientes e terrenos que podem servir como focos de reprodução dos insetos também ajudam a reduzir a proliferação dos mosquitos e a transmissão da doença.

    A doença, até então restrita ao Norte, tem sido detectada em quase todo o Brasil. Até o início de julho, 7 mil casos foram confirmados no país, com transmissões acontecendo em 16 estados ou unidades federativas.

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