Cientistas descobrem “fonte da juventude” do sistema imunológico

O sistema imunológico defende o corpo humano de infecções e outros problemas. O problema é que, com o avançar dos anos, ele perde um pouco a capacidade de batalhar pelo organismo.

O envelhecimento do sistema imune, conhecido como imunossenescência, ficou bastante conhecido durante a pandemia de covid-19. Naquele momento, foi preciso explicar detalhadamente os motivos pelos quais pessoas idosas podem não produzir responder tão bem às vacinas quanto os mais jovens.

Mas… E se houver uma espécie de “juventude imunológica” que permite que alguns indivíduos com mais de 60 anos preservem melhor seu sistema imune? Esse é justamente o alvo de estudos conduzidos por pesquisadores norte-americanos, capitaneados pela Mayo Clinic.

“Estamos estudando por que algumas pessoas têm uma ‘fonte da juventude’ em seus sistemas imunológicos. Queremos aprender com elas”, afirma a médica Cornelia Weyand, reumatologista e cientista clínica da Mayo Clinic, principal autora de artigo publicado na prestigiada revista Nature Aging.

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Como foi feito o estudo

Ao todo, foram analisados mais de 100 pacientes idosos em busca de tratamento para outro problema de saúde, uma doença autoimune que traz danos para artérias.

A análise do tecido doente levou à descoberta de células imunológicas especializadas, chamadas células T, semelhantes a células-tronco. De maneira geral, elas devem atuar na regeneração, cicatrização e crescimento, assim como células-tronco jovens. Porém, entre esses pacientes, elas estavam espalhando a doença.

“Observamos que esses pacientes têm sistemas imunológicos muito jovens, apesar de estarem na faixa dos 60 e 70 anos. Mas o preço que pagam por isso é a autoimunidade”, diz Weyand, em nota.

A autoimunidade ocorre quando, devido a um erro, o sistema imunológico ataca tecidos e órgãos saudáveis. Por outro lado, também existem benefícios do envelhecimento do sistema imunológico…

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“É uma resposta dual, aqueles com sistema imune jovem estão mais protegidos, por exemplo, de doenças infecciosas e de câncer, mas estão mais predispostos a doenças autoimunes. Ou seja, escapam da senescência mantendo células da resposta imune mais “jovens” e funcionais. A questão agora é entender os mecanismos para poder eventualmente aplicar como terapias“, pontua o médico e imunologista João Viola, membro da diretoria da Sociedade Brasileira de Imunologia (SBI).

O grupo de pesquisa da Mayo Clinic atua no desenvolvimento de testes diagnósticos que possam ajudar a identificar pacientes e indivíduos saudáveis que possuem um número elevado de células-tronco imunes e podem estar predispostos a desenvolver doenças autoimunes futuramente.

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