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Gel hormonal avança em testes como contraceptivo masculino

Candidato a anticoncepcional para homens, produto freia os espermatozoides ao ser aplicado todo dia na região das escápulas

Por Larissa Beani
19 jul 2024, 14h00
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  • Mais um avanço no desenvolvimento dos tão aguardados contraceptivos masculinos foi comemorado durante o maior congresso de endocrinologia do mundo, realizado em junho, na Coreia do Sul.

    Um gel hormonal de uso diário aplicado nas escápulas conseguiu reduzir a produção de espermatozoides em um período médio de 15 semanas — mais rápido que o registrado em experimentos similares.

    O resultado é fruto da segunda fase de ensaios clínicos do gel Nes/T, fórmula desenvolvida por instituições americanas que combina testosterona a um derivado de progesterona (o acetato de segesterona, vendido como Nestorone). Entre os 222 voluntários, 86% tiveram o número de gametas diminuído a menos de 1 milhão por mililitro de sêmen.

    “É uma quantidade considerada baixa, que reduz muito a chance de gravidez, explica o médico Marcelo Furtado, da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU). As investigações devem continuar para atestar a segurança e reversibilidade do produto.

    + Leia também: Por que os homens precisam cuidar mais da saúde

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    Contracepção masculina

    Atualmente, os únicos métodos contraceptivos disponíveis para homens são os preservativos, a vasectomia e o coito interrompido. Enquanto os dois primeiros são conhecidos pela segurança e eficácia, o terceiro possui altas taxas de falhas.

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    A camisinha é o único método contraceptivo capaz de prevenir infecções sexualmente transmissíveis [IST] o que reforça a importância de seu uso por todos”, ressalta o urologista. “Colocá-la da forma correta é importante para garantir que o risco de falha seja baixo”. A taxa de eficácia do preservativo, quando bem utilizado, na prevenção de IST e gravidez é superior a 95%.

    A vasectomia é também um método contraceptivo muito eficaz, mas é preciso refletir bastante sobre a escolha antes de entrar na sala de cirurgia. “É um procedimento de caráter definitivo. Existem técnicas de reversão, que estão sendo constantemente melhoradas, mas não garantem absolutamente que a obstrução do vaso deferente seja desfeita”, alerta Furtado.

    Já o coito interrompido, prática de retirar o pênis da vagina antes da ejaculação, tem 27% de risco de falha — e não impede que doenças sejam transmitidas na hora H.

    A combinação de diferentes métodos contraceptivos e profiláticos pelo casal diminui as chances de que uma gestação indesejada ou infecção ocorra.

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    + Leia também: Por que os espermatozoides estão em baixa

    Outras soluções que podem chegar ao mercado

    Rota interditada

    Desenvolvido por cientistas indianos, o Risug é um polímero que obstrui a passagem de espermatozoides. Tem 99% de eficácia na prevenção da gravidez.

    Desvitaminado

    Em experimentos iniciais, a pílula não hormonal YCT-529 impede que o corpo utilize vitamina A para a produção de esperma. Ainda carece de mais estudos.

    Picadinha do bem

    Pesquisadores trabalham na criação de uma “vacina” que bloqueia a proteína EPPIN, importante para a fertilidade masculina. Injeções estão em testes.

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