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Governo declara fim de emergência nacional pelo vírus Zika

Maior conhecimento e a redução dos casos contribuiu para a decisão. Mas isso não significa que o vírus causador de microcefalia em fetos foi erradicado

Por Andreia Verdélio (Agência Brasil)
Atualizado em 11 Maio 2017, 18h40 - Publicado em 11 Maio 2017, 17h18
zika
Atenção: a medida não quer dizer que podemos baixar a guarda contra o problema (Foto: Genilton Jose Vieira/SAÚDE é Vital)
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O Ministério da Saúde declarou hoje (11 de maio) o fim da emergência nacional decretada em novembro de 2015 devido ao vírus Zika e sua associação com microcefalia e consequências neurológicas. Segundo a pasta, o Brasil não preenche mais os requisitos da Organização Mundial da Saúde para manter o estado de emergência.

Os critérios internacionais de avaliação de risco para decretar e manter o estado de emergência são: o impacto do evento sobre a saúde pública; se o evento é incomum ou inesperado; se há risco significativo de propagação internacional; e se há risco significativo de restrições ao comércio ou viagens internacionais.

“Já há conhecimento científico suficiente”, disse o secretário de Vigilância em Saúde, Adeilson Loureiro. “A própria mobilização do ponto de vista de pesquisa, de insumos e de recursos foi suficiente. Os estudos continuam e vamos prosseguir na rotina de combate às arboviroses”, afirmou.

A decisão ocorre 18 meses depois da decretação de emergência. Até 15 de abril deste ano, foram registrados 7 911 casos de Zika, uma redução de 95,3% em relação à 2016, quando ocorreram 170 535 notificações.

Segundo o ministério, os dados de microcefalia têm apresentado redução importante no número de casos novos notificados a cada semana, desde maio de 2016. Os casos novos mensais têm se mantido em 2%, desde janeiro deste ano; no pico da microcefalia, em dezembro de 2015, foi registrado aumento de 135% nas notificações.

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“Do ponto de vista prático, não tem nenhuma mudança na assistência, na vigilância ou no diagnóstico”, disse Loureiro, reforçando que a retirada da emergência não enfraquece as políticas públicas que foram implantadas no período.

Para o ministério, o conjunto de ações voltadas para a eliminação dos mosquito Aedes aegypti contribuiu para a diminuição dos casos. Além disso, há uma maior proteção pessoal da população, escassez de chuvas em determinadas regiões do país e a imunização natural que as pessoas adquirem ao ter alguma das doenças em anos anteriores.

O último boletim epidemiológico, de 1º de janeiro a 15 de abril deste ano, aponta redução de 90,3% dos casos de dengue, 95,3% de zika e 68,1% de chikungunya em relação ao mesmo período de 2016.

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Em 2017, foram confirmados 230 casos de microcefalia ligados a outras alterações do sistema nervoso, sugestivos de infecção congênita. Permanecem em investigação pelo Ministério da Saúde e pelos estados, 2 837 casos suspeitos em todo o país. No total, 3 651 casos foram notificados neste ano.

Desde o início das investigações, em novembro de 2015, foram notificados ao Ministério da Saúde 13 490 casos, com 2 653 confirmações. Outros 5 712 casos foram descartados e 105 foram considerados prováveis. Há ainda 1 784 casos excluídos do sistema por não atenderem as definições de caso vigentes.

Este conteúdo foi publicado originalmente na Agência Brasil.

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