O presidente Luiz Inácio Lula da Silva precisou cancelar uma viagem à Rússia após escorregar e cair no banheiro durante o final de semana. O Hospital Sírio-Libanês de Brasília, onde Lula foi atendido, informou que o mandatário teve um “ferimento corto-contuso em região occipital”. Mas o que isso significa?
Trazendo da linguagem médica para a popular, Lula bateu e cortou a região da nuca. Precisou, inclusive, levar pontos na área. Em entrevista ao jornal O Globo, o cardiologista Roberto Kalil Filho, que está cuidando do caso, disse ainda que o presidente teve “mínimos pontos de hematomas” no cérebro em função do trauma.
O que é um hematoma no cérebro?
O nome é autodescritivo: um hematoma no cérebro ocorre quando há um acúmulo de sangue na região cerebral, consequência do rompimento de um ou mais vasos sanguíneos na região.
No caso de Lula, o “ferimento corto-contuso” gerou tanto um corte externo, sanado pelos pontos, quanto um sangramento interno, que pode ser verificado em exames de imagem como tomografia e ressonância magnética.
Em geral, hematomas pequenos se limitam à área próxima da região onde ocorreu o impacto inicial, com o problema sendo resolvido naturalmente pelo organismo após alguns dias.
No entanto, quando isso ocorre no cérebro, existe o risco de o sangramento ou coágulo afetar funções motoras ou cognitivas, exigindo um monitoramento nos dias seguintes ao trauma, inclusive para determinar se a hemorragia estancou mesmo.
O que acontece agora?
Lula cancelou sua agenda dos próximos dias e deve seguir em monitoramento para garantir que o problema se limitou à primeira lesão. Ele deve repetir os exames 72 horas após os primeiros testes, verificando a evolução do sangramento cerebral.
Um dos riscos possíveis é o desenvolvimento de um hematoma subdural, que em muitos casos cresce lentamente e pode se revelar fatal sem tratamento. É um problema mais comum em idosos que caem da própria altura, como foi o caso de Lula, hoje com 78 anos.
Devidamente monitorado, o hematoma costuma sarar por conta própria, mas, em alguns casos, é necessário recorrer a cirurgia para drenar o sangue acumulado ou remover os coágulos.
No entanto, Kalil Filho disse considerar “pouco provável que esse hematoma evolua”.