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HPV: novo teste pode flagrar câncer de colo de útero 10 anos antes

Especialistas destacam eficiência dos testes moleculares na detecção precoce de lesões pré-cancerosas e tumores em estágio inicial

Por Larissa Beani Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
6 dez 2024, 16h15
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Novas diretrizes recomendam a realização de testes moleculares para detecção precoce do HPV, principal causa de câncer cervical (pikisuperstar/Freepik)
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Até a próxima segunda-feira (9), estará aberta a consulta pública de novas Diretrizes Brasileiras para o Rastreamento do Câncer de Colo do Útero. A ação visa abrir um canal para que a população possa participar, opinar e contribuir para a elaboração de novas políticas públicas de rastreio e diagnóstico da doença.

A principal novidade proposta no documento é a inclusão de testes moleculares para a detecção do papilomavírus humano (HPV), principal causador do câncer de colo de útero.

Esses novos exames, que em março foram incorporados no Sistema Único de Saúde (SUS), reconhecem o DNA de variantes do vírus ligadas ao câncer. Por isso, são capazes de detectar lesões pré-cancerosas e tumores malignos com mais precisão e em estágios mais iniciais da doença.

+ Leia também: O caminho para eliminar o câncer do colo de útero na América Latina

Segundo estudo brasileiro publicado em setembro na Nature Scientific Reports, por exemplo, a testagem de DNA-HPV por PCR conseguiu antecipar o diagnóstico de câncer do colo do útero em 10 anos, comparado ao método utilizado hoje em dia, que é o papanicolau (também conhecido como citologia).

O rastreamento foi realizado ao longo de 5 anos com mais de 20 mil mulheres da cidade de Indaiatuba, interior de São Paulo, com apoio da Roche Diagnóstica.

“Para as pacientes, há a segurança de um teste mais eficiente que, se negativo, deve ser repetido somente em 5 anos. Ela pode viver sem medo”, afirma Júlio César Teixeira, autor principal do estudo e diretor de Oncologia do Hospital da Mulher da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

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O oncologista também sublinha as vantagens do teste para os sistemas de saúde. “Além de estar executando seu papel ao salvar vidas que não deveriam estar sendo ceifadas — há um óbito cada 83 minutos no Brasil, com idade média 45 anos, ele traz uma economia de recursos, também comprovada em estudos de custo-efetividade“.

+ Leia também: Saiba onde o câncer de colo de útero é mais comum no Brasil

Apoio da classe médica

Nesta sexta-feira (6), a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) publicou uma nota apoiando as novas orientações e incentivou a população a participar da consulta.

A participação de todos é fundamental. A implementação de novas diretrizes e métodos mais eficazes de rastreamento resultará, no futuro, em menor morbidade e mortalidade para as mulheres no Brasil”, ressalta Maria Celeste Wender, presidente da Febrasgo.

A entidade também cita a Organização Mundial da Saúde (OMS), que recomenda que ao menos 70% das mulheres realizem testes de detecção do HPV com alto desempenho, como é o caso dos testes moleculares. A implementação dessa forma de rastreio, assim como a vacinação contra o HPV, visa erradicar o câncer de colo do útero ao redor do mundo.

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“Este método, mais preciso e eficiente do que o exame de papanicolau, segue as mais robustas evidências científicas e é amplamente adotado por diversos países que já alcançaram progressos significativos na redução da incidência e mortalidade dessa condição”, complementa Wender.

+ Leia também: OMS cria metas para eliminar o câncer do colo de útero

Como funciona a consulta pública

O relatório a ser avaliado está disponível neste link e deve ser lido antes de fazer sua contribuição na consulta pública. Feita a leitura e análise do documento, o participante deve logar no site gov.br e preencher um questionário com seus dados pessoais e sua opinião, comentando se gostaria de complementar ou alterar alguma informação do texto.

“Sugestões com embasamento técnico em evidências científicas poderão ser incorporadas visando aprimorar as recomendações finais. É uma forma de democratizar as decisões sobre o que será aplicado a toda a população”, explica o especialista da Unicamp.

Após o término do período de consulta pública, a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) avaliará as contribuições e divulgará o documento final.

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