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Infecção urinária: o que é, os sintomas e o tratamento

Ela é mais comum em mulheres, mas também pode afetar o sexo masculino. Conheça detalhes sobre a doença, que pode se tornar recorrente

Por Fabiana Schiavon
Atualizado em 29 Maio 2023, 11h53 - Publicado em 22 mar 2023, 17h01
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  • A infecção urinária é qualquer tipo de infecção que atinja o trato urinário. Fungos podem ser causadores, mas os vilões mais usuais são as bactérias, especialmente as do grupo dos coliformes fecais, que habitam o intestino.

    A principal delas é a Escherichia coli. Um descuido na higiene é suficiente para promover a migração desses germes para os órgãos genitais e, de lá, para a uretra e a bexiga.

    Quais são os tipos de infecção urinária?

    Existem alguns tipos de infecção urinária. A cistite é mais comum, ocorre em 90% dos casos e atinge a parte baixa da bexiga.

    Se a cistite não for tratada adequadamente, existe a possibilidade de se tornar pielonefrite, uma forma mais grave, porque afeta os rins. Ela causa febre e mal-estar e há necessidade de internação.

    A pielonefrite pode ainda surgir de cara em pessoas já hospitalizadas, que utilizam sonda ou acumulam outros fatores de risco, segundo Maria Júlia Araujo, nefrologista do Hospital Nove de Julho, em São Paulo.

    Propensão genética, baixa imunidade ou bactérias mais agressivas podem fazer com que a infecção suba ainda mais um pouco, até a pelve do rim, o que pode desencadear uma insuficiência renal ou até uma septicemia, complicação em que o processo infeccioso se espalha pelo corpo, quadro que tem risco de morte.

    + Leia também: Homens também podem sofrer com a infecção urinária

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    Quais são as causas da infecção urinária?

    Falta de limpeza adequada após a evacuação é uma delas.

    Outra forma de contaminação pode ocorrer durante o sexo, quando os micróbios presentes na área perianal conseguem chegar até a uretra na hora da penetração. Por isso, é essencial urinar e realizar um processo de higiene após a relação.

    A cistite pode aparecer ainda quando o indivíduo segura a urina por muito tempo: é que a bexiga cheia se torna um lugar propício para os germes se propagarem.

    Alguns problemas de saúde também levam a infecções desse tipo.

    Quem tem constipação com frequência pode facilitar o acesso das bactérias que ficam no trato gastrointestinal até à uretra. Elas ganham tempo pra chegar até lá.

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    + Leia também: Conheça 6 causas inusitadas da infecção urinária

    Menos frequente, mas possível, as pedras nos rins podem colaborar com uma infecção. Em alguns casos, os cálculos renais são formados por micro-organismos que interferem na acidez da urina e ajudam a promover a cistite.

    Entre os homens, em geral, ela só aparece na maturidade, quando um eventual aumento da próstata dificulta o esvaziamento da bexiga, gerando acúmulo de urina.

    Por que a infecção urinária é mais comum nas mulheres?

    A anatomia ajuda a entender a predileção da doença por elas: a uretra, o canal por onde sai o xixi, está perto da vagina e do ânus, locais por onde transitam muitos micro-organismos.

    O tamanho da uretra influi nessa distância, enquanto o das mulheres mede cerca de 5 centímetros, a dos homens é de 22 centímetros.

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    “Toda mulher terá dois ou três episódios ao longo da vida, e é mais comum que seja na fase sexual. Nesse período, os cuidados devem ser maiores, como beber mais líquido, lembrar de urinar após as relações sexuais e cuidar do funcionamento do intestino”, aconselha Reinaldo Uemoto, urologista do Hospital Santa Catarina – Paulista.

    A menopausa é outra fase que facilita a vida dos germes. “A mulher perde parte do muco que serve de proteção, e fica mais exposta”, avalia Uemoto.

    Grávidas precisam fazer o tratamento se houver bactérias em exames, com ou sem sintomas. “Pode haver complicações pra bebê. Porém, não é preciso se assustar, basta fazer um pré-natal adequado, com exames de urina no tempo certo”, alerta Maria Julia. Mulheres com histórico mais frequente da doença devem alertar o médico.

    A infecção urinária em crianças e idosos

    Homens e mulheres que utilizam a fralda geriátrica precisam ter cuidados extras com a higiene, uma vez que estão mais sujeitos à cistite. Como mencionamos, a menopausa aumenta o risco entre elas. Já os homens começam a ter mais dificuldade de urinar. 

    Não é usual que crianças pequenas tenham esse tipo de problema e, se houver, é preciso fazer uma investigação mais profunda. Sinais como febre, irritação, muito choro devem ser levados em conta. “A primeira suspeita é de má-formação no trato urinário, principalmente nos meninos”, pontua a nefrologista.

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    Para não facilitar a vida dos germes, é bom seguir alguns cuidados básicos. “É importante trocar fraldas com frequência, principalmente quando há fezes, que podem entrar em contato com o canal urinário”, lembra Uemoto. 

    Quando maiores, é bom observar se o xixi está fluído e em boa quantidade, e se não há dor ou qualquer outro incômodo.

    Quais são os sintomas da infecção urinária?

    É possível desconfiar do problema diante de alguns sinais. Na presença deles, cabe buscar avaliação médica. Veja alguns exemplos:

    Por que a incidência aumenta no verão?

    A incidência de infecção urinária aumenta no verão em função de diversos fatores.

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    Inicialmente, há mais transpiração nos dias quentes e, como consequência, uma maior necessidade de ingestão de líquidos. Só que nem todo mundo faz esse consumo de forma adequada. Assim, a urina fica mais concentrada, o que pode propiciar o aumento de micro-organismos capazes de provocar uma infecção.

    Além disso, nessa época do ano há mais chance de as pessoas passarem um tempo prolongado com biquínis ou roupas íntimas úmidas. Esse comportamento também pode contribuir para a proliferação de micro-organismos.

    + Leia também: Cistite: sintomas, remédios e prevenção dessa infecção urinária

    Diagnóstico e tratamento

    Ao sentir sintomas que fazem suspeitar da infecção urinária, procure um ginecologista ou urologista. Esse relato já deve ser suficiente para o especialista chegar ao diagnóstico.

    O especialista pode pedir um exame de urocultura – quando uma amostra do xixi é analisada em laboratório para detectar a presença do micróbio e descobrir o tipo responsável pela infecção.

    A urina coletada servirá para a realização de outro teste, chamado antibiograma, que ajuda o médico a determinar qual medicamento será mais eficaz para cada caso.

    “Os antibióticos disponíveis geralmente são úteis contra a maior parte de bactérias que provocam a infecção urinária, mas o uso deve ser responsável, porque há o risco de ela se ganhar resistência a essas medicações”, afirma Maria Julia. Essa informação só não vale para as grávidas, como falamos acima.

    A resistência bacteriana já é uma preocupação mundial, por isso há regras que impõe o uso responsável de antibióticos. Se a medicação for utilizada de forma errada, o micróbio se acostuma com ela, ganha força e fica mais difícil derrotá-lo.

    As doses também devem ser seguidas conforme a prescrição de um médico, que investiga se já houve outras infecções e o quanto de antibiótico a pessoa já tomou nessas ocasiões. “As cistites costumam ser tratadas em menos dias ou com dose única”, pontua Uemoto, do Hospital Santa Catarina – Paulista.

    “Se houver muita dor e não for possível se consultar rapidamente com um médico, remédios analgésicos como o pyridium podem ajudar a conter o desconforto. O importante é saber que ele não trata a doença”, ressalta Maria Julia.

    Infecções de repetição precisam de uma atenção especial, com tratamento diferenciado e mais esquemas de prevenção que devem ser elaborados em parceria com o médico. “Quando há três episódios em um ano já podemos considerar que se trata desse quadro”, diz Uemoto.

    Como evitar a infecção urinária?

    Para homens e mulheres, o primeiro conselho dos médicos é tomar muita água – hábito que ajuda a espantar diversas outras doenças. A hidratação colabora, ainda, com a eliminação das bactérias quando elas já se instalaram na bexiga.

    Até por conta disso não é indicado segurar o xixi, pois vai atrasar o efeito da hidratação e deixar os micro-organismos presos na bexiga, com tempo para se instalar.

    A higiene precisa ser caprichada. Se a infecção, na maioria das vezes, ocorre quando micro-organismos saem pelas fezes e entram no trato urinário, é aconselhável usar o papel higiênico no sentido da frente para trás.

    Após o sexo, é recomendável urinar para ajudar a expulsar as bactérias que entraram na área via penetração.

    Outras dicas:

    Prevenção com vacina e remédio?

    Comprimidos que contém partes da bactéria Escherichia coli agem como uma vacina para quem sofre de repetidas infecções por esse micróbio em específico, seja homem ou mulher.

    Porém, ela atende a um público bem específico. As pílulas custam 115 reais mensais e precisam ser utilizadas por seis meses.

    “Estudos apontam para uma redução de crises entre 30% e 40%. Não é exatamente eficaz, e seu efeito tem pouca duração. Por isso entendo que ela só serve para quem já tentou de tudo”, avalia Maria Julia.

    Outra medida de última instância são os antibióticos profiláticos. Ministrados em baixas doses, eles podem servir como ação de prevenção, mas esse uso também está na mira de médicos preocupados com a resistência bacteriana.

    O papel do cranberry contra a infecção urinária

    Sucos, comprimidos ou cápsulas de cranberry já foram citados como aliados para prevenir infecções urinárias.

    Mas boa parte dos estudos não consegue comprovar que a fruta atua de forma eficiente com essa finalidade. De qualquer forma, essas estratégias não estão proibidas.

    “Há quem consuma e sinta que dá resultados, então não tem porque deixar de tomar. Porém, não é possível prometer e prescrever esses produtos como parte da solução”, pondera Maria Julia.

    A médica cita uma metanálise que comparou indivíduos que usaram cápsulas, sucos, chás de cranberry a grupos que não adotaram o tratamento, utilizaram outros métodos ou que receberam um placebo.

    A conclusão é que até existem mecanismos biológicos plausíveis para associar a fruta à prevenção do quadro, já que o alimento contém polifenóis, que agem na imunidade e protegem o organismo de infecções. Porém, “até o momento, os estudos não deram suporte a uma dose específica ou frequência de ingestão”, relataram os autores.

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