A bexiga é uma daquelas partes do corpo que só costumam chamar atenção quando dão algum incômodo. É justamente assim que o câncer de bexiga pode se desenvolver em silêncio, sem sintomas. Em geral, costuma ser diagnosticado já em estágio avançado, depois de sinais como a presença de sangue na urina.
Com o Julho Roxo, urologistas buscam garantir a conscientização sobre esse tipo de tumor e a importância de detectá-lo precocemente.
O Instituto Nacional de Câncer (Inca) estima que cerca de 11,3 mil casos de câncer de bexiga devem ser diagnosticados no país ao longo deste ano. Cerca de sete em cada 10 episódios ocorrem em homens, para quem os cuidados devem ser redobrados. Trata-se do sétimo tipo de neoplasia maligna mais comum no sexo masculino.
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Independentemente do sexo, o principal fator de risco para desenvolver o tumor na bexiga é o tabagismo. O hábito de fumar tem relação direta com até metade dos casos, e evitar o cigarro é uma boa maneira de minimizar as chances de desenvolver esse e outros tipos de câncer.
Quais são os sintomas de câncer de bexiga?
O câncer de bexiga pode evoluir de forma silenciosa no começo, sem apresentar sintomas perceptíveis. Quando ocorrem, os sinais mais característicos envolvem a presença de sangue na urina.
Também pode haver desconforto para fazer xixi e alterações nos hábitos de micção – a tendência é sentir uma maior urgência para ir ao banheiro, e, apesar disso, nem sempre o volume expelido é grande ou com um jato significativo.
A presença de sangue na urina já é suficiente para recorrer a um urologista e investigar o quadro, que pode ou não ser um câncer. Uma urocultura é o teste padrão, assim como um ultrassom. O médico pode ainda solicitar uma cistoscopia, um exame de imagem interno da bexiga em que uma microcâmera é introduzida pela uretra.
Em caso de suspeita de câncer, é recolhida uma amostra por biópsia para confirmar o caso.
Mesmo sem sintoma algum, o indicado é visitar um urologista regularmente, pelo menos uma vez ao ano, para fazer check-ups preventivos e detectar problemas antes que eles se manifestem.
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Tratamento do câncer de bexiga
O tratamento varia conforme o estágio do câncer, o local específico que ele atingiu na bexiga, e outros fatores relacionados à saúde geral do paciente. Podem ser indicadas quimioterapia, radioterapia e um procedimento de ressecção transuretral, em que o tumor é removido pela uretra.
Em outros casos mais avançados, pode ser necessário uma cirurgia mais invasiva para remover a parte afetada da bexiga e os linfonodos ao redor. Essa técnica, chamada de cistectomia, pode ser parcial ou total – neste caso, a bexiga é completamente removida, o que exige escolhas e conscientização quanto à qualidade de vida após o procedimento.
Como é a vida após uma cistectomia
A remoção total da bexiga é um procedimento delicado que exige preparação e paciência na recuperação. Afinal, é preciso reconstruir o canal pelo qual a urina será eliminada pelo corpo, algo que pode variar conforme o caso.
Quando é feita a chamada derivação incontinente, a urina sai de forma contínua, não ficando mais absorvida dentro do corpo. Esse procedimento exige uma urostomia, instalação de um dispositivo sobre a pele do paciente, que coleta a urina por meio de um orífico no abdômen.
Em outros casos, pode haver a opção de construir uma neobexiga, literalmente uma “nova bexiga”. Nessa situação, um segmento do intestino é reconstruído para formar o reservatório para a urina, e a essa bexiga são conectados os ureteres e a uretra, estruturas fundamentais para o sistema urinário.
O melhor caminho deve ser sempre discutido com a equipe médica e avaliando as necessidades e condições individuais de cada paciente em tratamento para o câncer.