Lâmpadas de bronzeamento artificial: por que elas são tão perigosas?
Recentemente proibidas pela Anvisa, as lâmpadas fluorescentes de alta potência aumentam e muito o risco de câncer de pele

Recentemente, a Anvisa proibiu o armazenamento, comercialização, distribuição, fabricação, importação, propaganda e uso de lâmpadas fluorescentes de alta potência, muito empregadas em câmaras de bronzeamento artificial.
Essa atitute foi mais um reforço para acabar com esse tipo de prática. Apesar de proibidas no país pela Anvisa desde 2009, diversos projetos de lei em algumas cidades brasileiras autorizam o uso das câmaras para fins estéticos.
A proibição não ocorre à toa: um estudo da Agência Internacional para Pesquisa sobre Câncer apontou que sessões do tipo aumentavam em 75% o risco de melanoma, tipo mais agressivo de câncer de pele, em quem fazia o procedimento antes dos 35 anos.
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O perigo das lâmpadas fluorescentes de alta potência
O principal problema é que elas são reduto de raios UVA.
A radiação solar é formada, basicamente, por dois tipos de raios ultravioletas: UVB (5% do total), de ondas curtas, responsáveis pelas queimaduras solares; e os UVA (95% do total), de onda longa, que penetram profundamente e são os mais danosos à pele, pois provocam degradação do colágeno e mais estresse oxidativo, aumentando a chance de câncer.
“As pessoas achavam que, pelo fato de não queimar, não ter radiação UVB, essas lâmpadas não causavam problema. Mas a radiação ultravioleta do tipo A é a mais ionizante, ou seja, tem mais capacidade de mudar o DNA e a longo prazo ocasionar um câncer de pele”, reforça o médico Daniel Cassiano, diretor da Sociedade Brasileira de Dermatologia Regional São Paulo (SBD-RESP).
E os riscos vão além do câncer. No comunicado da proibição, a Anvisa cita doze danos, incluindo envelhecimento precoce da pele (rugas, perda de elasticidade), queimaduras, cicatrizes e diversas lesões oculares (como fotoceratite, inflamação da córnea e da íris, fotoconjuntivite, catarata, etc).
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Existe bronze sem raios UV?
Sim! Os chamados “autobronzeadores” ou “jet bronzers” são produtos à base de hidroxiacetona, substância que reage com a pele e estimula a fabricação de um pigmento, a melanoidina.
Essa reação não faz mal, e a cor aparece uma hora após a aplicação. O resultado perdura por até sete dias.