Em comparação a quem não teve contato com a maconha, adultos que a consomem carregam um risco 26% maior de AVC e 10% maior de insuficiência cardíaca. As informações são de uma investigação recente conduzida no Centro Médico Einstein, nos Estados Unidos.
Os pesquisadores trabalharam com dados de mais de 20 milhões de pacientes admitidos em diversos hospitais americanos. O uso da erva foi detectado em 1,5% deles (316 mil), embora não dê para saber de que modo ela foi consumida — nem a quantidade ou a frequência disso.
“Assim como em todas as outras drogas, sejam elas prescritas ou não, nós queremos saber os efeitos colaterais da maconha”, disse o cardiologista Aditi Kalla, que liderou o trabalho, em um comunicado. “É importante que os médicos conheçam esses efeitos para educarmos melhor as pessoas”, completa. Vale lembrar que em alguns estados dos Estados Unidos, país em que foi realizada a análise, a utilização recreativa ou medicinal da substância é legalizada.
De acordo com Aditi, uma possibilidade para essa possível consequência do consumo de maconha envolve as células do coração. É que elas têm receptores que podem ser afetados pelo uso da droga. Como eles teriam papel importante na habilidade de contração do coração, alterações poderiam levar o órgão à falência.
Entretanto, isso é uma hipótese. Como o levantamento descobriu apenas um elo entre a maconha e os problemas cardiovasculares, não dá para saber se um de fato causa o outro. Ou seja, é possível que outro fator comum e desconhecido a usuários dessa erva esteja por trás das enfermidades.
Mais: os especialistas ressaltam que, como os dados vieram de hospitais, podem não se aplicar à população em geral. Além disso, mais análises são necessárias para verificar as conclusões.