Relâmpago: Revista em casa a partir de 9,90

Meningite eosinofílica: verme é encontrado em caramujo no RJ

Com os moluscos como hospedeiros típicos, parasita pode provocar inflamação cerebral potencialmente fatal. Confirmação veio após morte suspeita em abril

Por Maurício Brum Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
1 jul 2024, 13h56
meningite-eosinofilica-caramujo-gigante-africano-verme
Espécie invasora no país, caramujo gigante africano é o principal vetor da meningite eosinofílica, mas qualquer molusco pode ser hospedeiro do verme (Marcos Simanovic/Wikimedia Commons/Reprodução)
Continua após publicidade

O Instituto Oswaldo Cruz confirmou, neste início de semana, que um verme causador da meningite eosinofílica foi encontrado em um caramujo em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. A investigação foi solicitada pelo município após uma morte suspeita, registrada em abril.

Com a confirmação da doença, autoridades sanitárias reforçam a importância de aprender a identificar o vetor da doença, bem como adotar medidas preventivas para não sofrer com esse tipo evitável de meningite.

O que é a meningite eosinofílica

Meningites, de modo geral, são doenças que se referem à inflamação das meninges, membranas presentes no interior do crânio que ajudam a proteger o cérebro. Meningites podem ocorrer por diferentes razões, como vírus e bactérias — a eosinofílica é provocada por um verme da espécie Angiostrongylus cantonensis, encontrado em moluscos.

+Leia também: Meningite eosinofílica: fique alerta à doença transmitida por caramujo

Os sintomas costumam ser comuns a outros tipos de meningite: dor de cabeça, náusea, vômitos, febre, e uma rigidez característica na nuca que dificulta o movimento do pescoço. Para diferenciar de quadros semelhantes, é necessário um exame do líquor, obtido através de punção lombar.

O tratamento é feito em ambiente hospitalar, buscando aliviar os sintomas, reduzir a inflamação no cérebro e eliminar o parasita.

Continua após a publicidade

Como prevenir o contágio

O ciclo de transmissão da meningite eosinofílica envolve diferentes espécies: as larvas começam nas fezes de roedores, que são então ingeridas por moluscos – especialmente caramujos, mas não só eles. A partir daí, os moluscos contaminados se tornam vetores de contaminação, eliminando o verme em suas secreções.

A contaminação de seres humanos se dá de forma acidental, seja pela ingestão (direta ou indireta) dos moluscos contaminados ou de frutas, verduras e legumes que tiveram contato com suas secreções.

A maneira de prevenir a contaminação é lavar bem os alimentos in natura que podem ter tido contato com os caramujos, caracóis ou lesmas, e cozinhar por completo qualquer carne de animal que possa ter se alimentado desses moluscos (ou cozinhar bem os próprios moluscos, na hipótese mais rara de comê-los diretamente).

Continua após a publicidade

Tem diferença entre caracol e caramujo?

Caracóis e caramujos podem ser visualmente diferentes. Além disso, em geral utilizamos o termo “caracol” para aqueles de hábitos terrestres, enquanto “caramujos” são mais aquáticos. Só que, no caso da meningite eosinofílica, essa distinção não é relevante: qualquer molusco pode ser hospedeiro do verme, uma lista que também inclui, por exemplo, as lesmas que não têm concha externa – ao contrário dos outros dois.

Ainda assim, vale ter em mente que o principal vetor do verme no Brasil é o caramujo gigante africano (Achatina fulica), utilizado tipicamente para a preparação do escargot. Ele é uma espécie invasora, que não existia no país, e foi trazido para cá nos anos 1980 por produtores que queriam difundir esse prato entre os brasileiros.

A empreitada gastronômica fracassou e os caramujos foram espalhados pela natureza. Hoje, estão presentes em quase todo o país.

Continua após a publicidade
Compartilhe essa matéria via:
Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
a partir de 9,90/mês*
ECONOMIZE ATÉ 63% OFF

Revista em Casa + Digital Completo

Você pediu, a gente ouviu. Receba a revista em casa a partir de 9,90.
a partir de R$ 9,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a R$ 9,90/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.