Novo remédio ajuda a controlar asma grave, mas pode custar R$18 mil
Medicamento de alto custo reduz inflamação e supera eficácia de tratamento-padrão
“Divisor de águas” foi o termo escolhido por pesquisadores britânicos para se referir ao benralizumabe, um anticorpo monoclonal seguro e eficaz no tratamento da asma grave.
No estudo clínico, ao longo de três meses de uso, o fármaco diminuiu em quatro vezes a ocorrência de crises severas de falta de ar, comparado ao uso de prednisolona, corticoide que hoje é usado como tratamento-padrão.
“A medicação bloqueia mecanismos específicos de inflamação e, por isso, tem melhores desfechos e menos efeitos adversos”, explica o pneumologista Emilio Pizzichini, da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT).
Há um porém: a droga chega a custar 18 mil reais, mas pode ser coberta por convênios no Brasil.
Como funciona
Medicação endossada por estudo britânico tem ação local
Administração
O benralizumabe é aplicado via injeção intramuscular. As três primeiras doses são dadas a cada quatro semanas. As seguintes, a cada oito.
Mecanismo de ação
A droga freia células de defesa chamadas eosinófilos. São elas que estão por trás da inflamação nos brônquios de boa parte dos casos graves.
Resultados rápidos
Em 28 dias, o fármaco diminuiu tosses, falta de ar e expectoração. O tratamento prolongado reduz crises mais severas. Não há efeitos adversos expressivos.
+ Leia também: Asma: o que é, quais são os sintomas e como é feito o tratamento
Atualização da rede
No fim de 2024, uma consulta pública foi aberta para avaliar a inclusão de novos anticorpos monoclonais, como benralizumabe e dupilumabe, no SUS. Hoje, outros dois integrantes da classe estão disponíveis: o omalizumabe e o mepolizumabe, que tratam perfis distintos da doença.
Quão grave é cada caso?
Nova pontuação é sugerida para mensurar severidade da doença
Um grupo internacional de cientistas liderados pela Clínica Mayo, um dos principais hospitais dos Estados Unidos, propõe uma nova forma de avaliar a gravidade da asma.
“As diretrizes atuais, incluindo as europeias e americanas, preveem de forma insuficiente a remissão do quadro, a gravidade da doença e a utilização da assistência médica”, justificam os autores em artigo do periódico The Lancet Respiratory Medicine.
Para melhorar a classificação, foi criado um escore que leva em consideração aspectos como a dificuldade de controlar a doença, a frequência das exacerbações e as respostas a medicamentos de alívio rápido dos sintomas.
A ideia é que isso ajude pacientes e médicos a mensurar os riscos da condição de forma mais precisa.
+ Leia também: Asma ou bronquite: o que eu tenho?
Como controlar e evitar crises
Doença crônica exige cuidados cotidianos
Fuja da poluição
Partículas no ar agravam sintomas como tosse, ardor no peito e falta de ar.
Dome as alergias
A asma também é desencadeada por alérgenos e associada à rinite.
Vacine-se
Imunizantes contra vírus que atacam as vias aéreas precisam estar em dia.
Visite seu médico
Acompanhamento contínuo é essencial para traçar o melhor tratamento.
Informe-se
Todo paciente deve estar ciente de sua condição e de como reduzir riscos.







