Está cada vez mais claro que, muitas vezes, receber alta do hospital após um AVC, um trauma ou mesmo um quadro grave de Covid-19 não quer dizer que a pessoa está 100% pronta para ir pra casa. Ela precisa de todo um plano de recuperação.
É aí que ganham espaço os hospitais de transição. Outrora conhecidos como clínicas de retaguarda, eles se modernizaram para não apenas atender indivíduos no fim da vida mas também para reabilitar e reintegrar à sociedade quem passou por problemas sérios.
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O princípio se baseia tanto na humanização e na busca por qualidade de vida como em um modelo custo-efetivo, já que a abordagem reduz o risco de complicações e reinternações.
Veja como é estruturada esse tipo de instituição:
Principais indicações
Doenças crônicas: inclui distúrbios degenerativos que exigem cuidados no curso da doença ou após o diagnóstico.
Reabilitação: seja física ou cognitiva, presta serviço após quadros agudos ou crônicos, entre eles derrame e trauma.
Idosos: no exterior, a maior parte dos leitos desses locais é ocupada por idosos com algum grau de demência.
Fim da vida: portadores de doenças terminais, como o câncer, encontram conforto e assistência adequada ali.
Começando no Brasil
No exterior, hospitais de transição já são um recurso consolidado. Para você ter ideia, em apenas uma região do Canadá, Ontário, são mais de 75 mil leitos em clínicas de longa permanência.
Aqui, são cerca de 1 500, calcula André Daniel Tavares, diretor clínico da Yuna, rede de hospitais de transição com duas unidades em São Paulo.
Se pensarmos só no número de infartos e AVCs que temos ao ano no Brasil, dá para imaginar que há bastante terreno para crescimento.
Não há nada do tipo no SUS, mas alguns convênios já começam a oferecer o serviço a associados selecionados, a depender da indicação médica.
Fontes: Rodrigo Lopes, CEO da Humana Magna; Liv Soban, head de marketing e relacionamento da Humana Magna; André Tavares, diretor clínico da Yuna