Quando a pressão vai às alturas, as artérias falham ao irrigar o coração, prejudicando sua oxigenação. Com o trabalho excessivo e sem a compensação que uma circulação normal lhe daria, o músculo cardíaco sofre. O acidente vascular cerebral, popularmente conhecido como derrame, é outra resposta às contínuas agressões aos vasos — só que, nesse caso, o alvo é a cabeça.
Diante de tamanha capacidade de causar estragos, é preciso ficar alerta quando a pressão arterial tende a permanecer acima de 12 por 8 — ou seja, 120 por 80 milímetros de mercúrio. Só que muita gente não tem a menor noção do perigo, porque o aumento da pressão nem sempre dá sintomas. Até por isso, há quem nunca faça a medição, quando a prudência manda verificar no mínimo uma vez por ano. Normalmente o médico, ou enfermeiro, usa um aparelho, o esfigmomanômetro. O trabalho é auxiliado por um estetoscópio, aquele instrumento para ouvir os sons do coração, das veias e dos pulmões. Para ter certeza do resultado, o ideal é checar duas vezes — e nos dois braços.
Leia também: Pressão arterial descontrolada diminui expectativa de vida em 16 anos
Quando na maior parte do tempo, e por um período longo, a pressão fica maior ou igual a 14 por 9, a pessoa é classificada como hipertensa. No Brasil, estima-se que 30% da população integre esse grupo, chegando a 50% entre os mais idosos. Nem mesmo crianças e adolescentes estão a salvo: em cerca de 5%, as artérias começam cedo a penar com o aperto. E nem é preciso que os dois números — o da pressão máxima e o da mínima — estejam acima do recomendado para cravar o diagnóstico. Por exemplo: se o aparelho marcar com frequência 16 por 8 ou beirar sempre 13 por 11, a pressão é tida como elevada.
Nos estágios mais leves, ajustes no cardápio (reduzindo a ingestão de sal, por exemplo), exercícios regulares e controle do estresse fazem muita diferença e chegam a evitar a necessidade de medicações. Mas é preciso fazer avaliações periódicas para monitorar a situação e flagrar eventuais disparadas da pressão.