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Por que o Rio de Janeiro enfrenta um surto de gripe em pleno verão?

Vírus Influenza se espalhou rapidamente na cidade. Testes, vacinação e protocolos de segurança são aliados contra o aumento de casos em todo o Brasil

Por Fabiana Schiavon
Atualizado em 8 dez 2021, 19h31 - Publicado em 8 dez 2021, 19h31
surto de gripe
Imagem do vírus Influenza A. O subtipo H3N2 é o que está em alta circulação no Rio de Janeiro. (Foto: CDC/Unsplash/Divulgação)
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Em meio à pandemia do coronavírus, a cidade do Rio de Janeiro está enfrentando uma epidemia do vírus Influenza. O baixo índice de vacinação contra a gripe e o relaxamento dos protocolos de segurança relacionados à Covid-19 colaboraram para o aumento de 429% nos atendimentos por síndrome gripal nas unidades de pronto-atendimento (UPAS) da capital fluminense. Já são mais de 20 mil casos, segundo a Secretaria Municipal de Saúde.

Mesmo em pleno verão, a cidade acabou vítima da doença. O tipo do Influenza em circulação é o H3N2, o mesmo que está em alta no hemisfério Norte. “O trânsito de turistas e viajantes pode ter contribuído para a chegada do vírus no Rio de Janeiro, e basta uma pessoa infectada para a transmissão começar”, esclarece o infectologista Alberto Chebabo, da Dasa.

O primeiro caso foi detectado em 13 de novembro na região da Rocinha, zona sul da capital. Semanas depois, o vírus já havia se espalhado por todos os bairros da cidade, alcançando o status de epidemia e levando os serviços de saúde à exaustão.

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Por causa do alto índice de vacinação contra Covid no estado – 73% da população com mais de 12 anos está completamente imunizada –, os protocolos de segurança foram flexibilizados, o que também favoreceu a disseminação do H3N2.

“Como o vírus não circula há dois anos devido à prevalência do Sars-CoV-2, a proteção natural que as pessoas tinham foi caindo. Aí ele surpreendeu essa população desprotegida. Associado a isso, houve uma baixa adesão à vacina da gripe, que atingiu 53% da meta, que deveria ser de, no mínimo, 70%”, analisa Chebabo.

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De olho na situação, os cariocas decidiram tirar o atraso e correr aos postos. Só que a atitude resultou em uma falta de doses contra a gripe. Assim, o município decidiu suspender a imunização até que cheguem novos lotes de imunizantes, segundo notícia da Agência Brasil. Desde o início de dezembro não há previsão de retomada da vacinação. A boa notícia é que o Instituto Butantan anunciou a doação de 400 mil doses à cidade.

E atenção: para acelerar a imunização, os municípios deixaram de exigir um intervalo mínimo entre as vacinas da Covid-19 e da gripe. É preciso aguardar para tomar a dose contra o Influenza apenas se houver sintomas gripais.

Quem é o H3N2?

O vírus Influenza, causador da gripe, divide-se nas espécies virais A, B e C, que ainda são divididas em vários subtipos. O grupo do tipo A é o mais comum, e geralmente é o responsável pelas gripes sazonais e aquelas que, às vezes, desatam em epidemias, como a de H1N1, de 2009, e, agora, de H3N2.

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O agente infeccioso viaja continentes por meio de aves migratórias, mas a transmissão é mais rápida entre pessoas. Cabe ressaltar que o vírus da Influenza pode causar internações e óbitos.

“A curva de gravidade é em U, ou seja, ela é maior nas crianças com menos de 5 anos, depois vai caindo até os 55 anos, e começa a complicar para quem tem mais de 60. A mortalidade é mais alta entre idosos”, lembra o infectologista.

Como evitar que a gripe se espalhe pelo país?

Governo e serviços de saúde precisam estar vigilantes sobre os tipos de vírus que circulam em suas cidades. Testes múltiplos já são capazes de identificar os quatro tipos de micro-organismos mais prevalentes no momento: os influenza A e B, o Vírus Sincicial Respiratório (VSR) e Sars-CoV-2.

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Já a população deve tomar os mesmos cuidados indicados para se proteger contra a Covid-19, já que a forma de transmissão dos dois vírus é semelhante.

“O hábito mais importante é se preservar diante do menor sintoma gripal. Mesmo que as máscaras não sejam mais obrigatórias em lugares abertos no Rio de Janeiro, quem está sintomático precisa usá-las”, alerta Chebabo. “Pessoas com gripe não devem ir ao trabalho nem à escola, porque contribuem para o aumento de casos”, completa o infectologista.

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