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Quando o corpo produz leite fora de hora: entenda a galactorreia

A condição faz a mama secretar líquidos sem que a mulher esteja grávida ou amamentando, e pode também acometer homens

Por Chloé Pinheiro
9 set 2022, 12h06
foto de bexiga cor de rosa
Galactorreia é mais comum em mulheres acima dos 30 anos, e quase nunca ocorre depois da menopausa  (Veja Saúde/SAÚDE é Vital)
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Às vezes, a mama pode produzir e excretar leite pelo mamilo fora dos períodos de gestação e amamentação. O quadro, conhecido como galactorreia, chega a assustar, mas tem tratamento. 

Uma das principais causas da galactorreia é um aumento dos níveis de prolactina, hormônio produzido no cérebro e responsável por ativar a fabricação de leite. Isso pode acontecer por causa de desequilíbrios de outros hormônios, como os deflagrados pelo hipotireoidismo, por exemplo. 

“Outro fator importante para a elevação da prolactina é o surgimento de um tumor benigno na hipófise”, explica o mastologista André Mattar, diretor da Sociedade Brasileira de Mastologia-SP e do Núcleo de Oncologia Clínica do Hospital Pérola Byington (São Paulo). 

O prolactinoma, nome técnico desse tumor, é controlado com medicamentos e quase nunca tem a ver com câncer. “É importante dizer isso porque muitas mulheres se assustam ao notar a saída de líquidos do mamilo”, comenta Mattar. 

Além dos desequilíbrios hormonais que afetam a função da hipófise – a “fábrica” de prolactina – e do prolactinoma, outros fatores podem levar ao problema. Diversos medicamentos, entre antidepressivos e cardíacos, têm como efeito colateral a secreção. 

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+ Leia também: Tireoide em equilíbrio

Em geral, as mais acometidas são mulheres acima dos 30 anos. Em raríssimas ocasiões, homens têm galactorreia. “Eles também produzem prolactina, embora em menor quantidade. Mas ainda não entendemos a função do hormônio no corpo masculino”, aponta o médico. 

Como diferenciar do câncer de mama e outras condições

É verdade que a saída de leite fora de hora das mamas pode ser um sinal de câncer. “Só que isso costuma ocorrer em apenas um seio, enquanto na galactorreia os dois lados são acometidos”, tranquiliza Mattar. 

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Outra situação que gera confusão está ligada à anatomia da mulher. Algumas têm mais tecido mamário e respondem mais aos hormônios. São aquelas que sentem dores intensas no seio na menstruação.

Nesse caso, pode haver uma secreção em certos momentos do período fértil, mas isso acontece em geral quando a mulher aperta a região e o líquido é diferente. “A galactorreia ocorre espontaneamente e tem mais cara de leite mesmo”, diz Mattar. 

O tratamento da galactorreia 

Em primeiro lugar, é importante entender as causas do problema. No consultório, o mastologista (ou o ginecologista) examina as mamas em busca de nódulos palpáveis e pede exames complementares, que variam conforme a idade da mulher. O principal para fechar o diagnóstico é a dosagem da prolactina

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Se a causa da galactorreia for o hipotireoidismo, o tratamento da doença já tende a interromper os vazamentos. Se for o prolactinoma, é preciso tomar um remédio específico, que bloqueia a ação do tumor sobre a hipófise. 

O remédio resolve a grande maioria dos casos. Quando não dá conta, é preciso fazer uma cirurgia para retirar o tumor. Trata-se de uma segunda alternativa raramente utilizada. 

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