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Queda da poluição na pandemia de coronavírus já evitou milhares de mortes

A quarentena contra a Covid-19, que tira automóveis das ruas e diminui a produção de fábricas, reduziu a emissão de poluentes em boa parte do mundo

Por Nicola Ferreira (Agência Einstein)*
Atualizado em 7 jul 2020, 18h55 - Publicado em 7 jul 2020, 15h57
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  • A redução das atividades imposta pela pandemia de novo coronavírus (Sars-CoV-2) apresenta impacto positivo sobre a poluição. Segundo o estudo feito pelo Centro de Pesquisa sobre Energia e Limpeza do Ar (CREA) — instituição independente cujo foco é analisar as relações entre a saúde e poluentes —, cerca de 11 mil mortes já foram evitadas na Europa devido à queda na concentração de sujeira na atmosfera.

    O dióxido de nitrogênio (NO2), emitido pela combustão dos motores à explosão, foi o composto que mais apresentou reduções desde o início das quarentenas. Na Europa, seus níveis foram 40% menores em comparação aos do ano passado. Já a concentração de PM 2,5 (outro poluente facilmente inalável) caiu 10%. Os países que registraram maiores índices de redução de mortes associadas à poluição foram a Alemanha (2 083), Reino Unido (1 752), Itália (1 490), França (1 230) e Espanha (1 083).

    Substâncias tóxicas como essas fragilizam o sistema cardiorrespiratório e são responsáveis pela morte de aproximadamente 7 milhões de pessoas todo ano, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).

    Além do estudo do CREA, pesquisadores da Universidade Stanford, nos Estados Unidos, constataram que, só pela diminuição na poluição, as medidas de isolamento salvaram a vida de 50 a 77 mil chineses. A investigação, que contou com dados fornecidos pela NASA (a agência espacial americana), observou que o número de PM 2,5 caiu 10 microgramas por metro cúbico em quatro cidades do país, impacto relevante para as condições do ar dessas localidades. O Ministério de Ecologia e Ambiente da China afirma que a média de dias com boa qualidade do ar na província de Hubei — uma das áreas mais afetadas pela Covid-19 — aumentou 21,5% em fevereiro de 2020, quando comparada à do mesmo mês no ano passado.

    O céu brasileiro

    No Brasil, centros de meteorologia indicam diminuições relevantes da poluição atmosférica em certos centros urbanos. Foi observada, por exemplo, uma queda de 77% no nível de dióxido de nitrogênio no distrito industrial de Santa Cruz, que fica na região metropolitana do Rio de Janeiro. Ao todo, o estado fluminense apresentou uma redução de 30% do NO2, segundo o CREA.

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    Por outro lado, parte considerável da poluição do nosso país decorre das queimadas. É preocupante que, mesmo diante da pandemia, as taxas de desmatamento da Amazônia sigam elevadas.

    *Este conteúdo é da Agência Einstein.

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