Raiva humana: morre mulher que foi mordida por sagui em Pernambuco

Uma mulher que havia contraído raiva humana após ser mordida por um sagui no Agreste de Pernambuco acabou morrendo em 11 de janeiro, após dar entrada no hospital na virada do ano.

O caso, o primeiro registrado no estado em oito anos, reforçou a importância de seguir o tratamento adequado após a exposição à doença. Embora seja tratável na sua forma assintomática, desde que as vacinas sejam aplicadas na ordem indicada depois de um possível contágio, a raiva humana é sempre fatal uma vez que os sintomas se instalam.

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Entenda o caso

Segundo os registros, a mulher — cuja identidade não foi divulgada — sofreu a mordida do animal em 28 de novembro, em Santa Maria do Cambucá, a cerca de 130 km de Recife.

Ao procurar atendimento médico, ela foi orientada a seguir o tratamento padrão para evitar a progressão da doença, que envolve a aplicação de soro antirrábico em um primeiro momento, além da vacina em quatro doses.

A vacinação é fundamental para evitar que o contágio produza um quadro sintomático da raiva humana, que é fatal. No entanto, após o atendimento inicial, a paciente não teria retornado para prosseguir com o tratamento indicado e a doença evoluiu.

Quando os sintomas apareceram, cerca de um mês depois, ela voltou a procurar os serviços de saúde. Em 31 de dezembro, a mulher chegou a ser internada no Hospital Universitário Oswaldo Cruz, em Recife, centro de referência para doenças infectocontagiosas no estado, mas já era tarde demais. Ela faleceu onze dias depois.

O que acontece ao contrair raiva humana

A raiva é uma zoonose causada por um vírus. O mais comum é que seja transmitida pela mordida de animais infectados, mas o contágio também pode ocorrer por meio de arranhões ou (em situações inusitadas) pelo consumo da carne crua de animais doentes.

Diferentes espécies de mamíferos podem portar a raiva. Devido ao convívio frequente, 99% dos contágios ocorre por mordidas de cachorros, mas o contato com animais silvestres exige atenção redobrada. Em pets, a vacinação do próprio animal é uma forma de prevenir a proliferação da doença, mas o mesmo não é possível em bichos como o sagui.

Uma pessoa que foi mordida ou arranhada por um animal deve buscar um serviço de saúde imediatamente para aplicar soro e iniciar o ciclo da vacina — feita em quatro doses ao longo de 28 dias. A raiva é fatal em virtualmente 100% dos casos quando os sintomas aparecem, mas pode ser tratada antes disso, o que reforça a necessidade de se vacinar o quanto antes após uma potencial exposição à doença.

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