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Rosácea: o que é e como é feito o tratamento

Essa doença crônica e inflamatória da pele incomoda muita gente. Entenda como controlar a condição

Por Ingrid Luisa
Atualizado em 1 dez 2023, 14h30 - Publicado em 28 nov 2023, 17h42
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  • A rosácea é uma condição dermatólogica caracterizada pela vermelhidão da pele do rosto.

    Estar com as bochechas rosadas, geralmente, é sinônimo de saúde e até beleza. Algumas pessoas têm ainda uma vermelhidão súbita das bochechas naturalmente quando sentem emoções como vergonha ou alegria, é o chamado flushing, ou rubor.

    Porém, quando o tom avermelhado é intenso, ou vem associado a ardência, acne e pele sensível, pode se tratar de rosácea.

    +Leia Também: A pele merece um olhar para além da estética

    O que é a rosácea e quais os sintomas?

    Rosácea é uma doença inflamatória vascular crônica da pele, que acontece por uma série de desequilíbrios.

    “Está relacionada a alterações de imunidade, no sistema vascular e na barreira da pele”, conta a médica dermatologista Lilia Guadanhim, professora colaboradora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

    Ela é mais frequente em mulheres, e ocorre principalmente em adultas entre 30 e 50 anos de idade. 

    É comum portadores da doença possuírem mais vasos sanguíneos no rosto e uma pele bem sensível, que fica irritada com ácidos e produtos dermatológicos no geral.

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    O que caracteriza a doença é justamente uma vermelhidão exacerbada da região central do rosto, chamada tecnicamente de eritema, atrelada à sensação de ardência, que costumam surgir depois de um gatilho.

    Alguns dos gatilhos mais comuns são radiação solar, tabagismo, estresse, bebidas alcoólicas, consumo de alimentos condimentados, vapor quente na pele, mudanças extremas de temperatura, dentre outros.

    Em casos mais graves da doença podem surgir pústulas semelhantes a acne no rosto, espessamento da pele em algumas regiões e até problemas oculares.

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    Fatores emocionais podem dificultar o controle da rosácea. (Foto: Eduardo Svezia/SAÚDE é Vital)

    E o que causa a doença?

    Na verdade, a ciência ainda não sabe o que exatamente desencadeia esse problema.

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    Hoje, a rosácea é tida como uma patologia multifatorial. Para além das desregulações citadas por Lilia, a Academia Americana de Dermatologia e a Sociedade Brasileira de Dermatologia também destacam o envolvimento de:

    Fatores genéticos

    Muitas pessoas que têm rosácea possuem familiares com a mesma questão.

    Questões na microbiota cutânea

    Os ácaros Demodex podem estar envolvidos no surgimento da rosácea. Este bichinho vive normalmente na pele de todas as pessoas, principalmente no nariz e nas bochechas, onde o problema costuma surgir.

    Mas muitos estudos pontuam que pessoas com rosácea apresentam uma maior quantidade desse ácaro na pele  do rosto.

    Outro fator relacionado é uma reação exarcebada do organismo à bactéria Bacillus oleronius, que também vive na região.

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    A proteína catelicidina

    Ela normalmente protege a pele contra infecções, causando vermelhidão e inchaço. Mas a forma como o corpo processa essa proteína pode estar relacionada ao desenvolvimento da doença.

    Importante ressaltar que nenhuma dessas questões isoladas causa rosácea. A ciência ainda investiga os mecanismos por trás da doença.

    +Leia Também: Rosácea tem ligação íntimas com questões emocionais

    Tipos de rosácea

    Para além da vermelhidão, existem outros sinais e sintomas da condição, que tem diversos graus de severidade.

    Como elas apresentam características bem particulares, os médicos dividem a doença em quatro subtipos, de acordo com seus sintomas.

    Eritematosa

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    Papulopustulosa

    rosacea-pustulas-vermelhidao
    Exemplo de uma mulher com pústulas no rosto por conta da rosácea. (Wikimedia Commons/SAÚDE é Vital)

    +Leia Também: Campanha nacional quer conscientizar sobre a rosácea

    Fimatosa

    Rosácea ocular

    ilustração de olho irritado
    (Ilustração: Veja Saúde/SAÚDE é Vital)
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    +Leia Também: Café protegeria contra rosácea, diz estudo

    Tratamento da rosácea

    Não existe cura, mas é possível controlar a doença. A estratégia principal, válida para todos os subtipos da condição, é entender bem o que desencadeia as crises.

    “Às vezes a pessoa não faz ideia do que irrita a pele, então é recomendado tentar fazer um diário de gatilhos, para reconhecer e evitar essas ações no dia a dia”, explica a médica dermatologista Lilia Guadanhim.

    Além de evitar ao máximo esses gatilhos, as recomendações gerais para manter a doença sob remissão, bem controlada, são caprichar na proteção solar, com o protetor na quantidade certa e reaplicado periodicamente; evitar transições extremas de temperatura e ajustar o skincare.

    Na rotina de cuidados com a pele, o ideal é apostar em produtos calmantes, que funcionem para a sua pele, com atenção para evitar esfregar demais ou esfoliar a derme.

    +Leia Também: Brasileiros não sabem aplicar a quantidade correta de protetor solar

    E há, ainda, indicações específicas para os subtipos:

    Eritematosa

    O uso de lasers e luz intensa pulsada é uma boa opção para reduzir os vasinhos visíveis e os “estourados”.

    Já o uso de corretivos esverdeados não trata o problema, mas o disfarça bem, o que pode ter efeitos positivos na qualidade de vida e na autoestima. Só não dá para esquecer de remover e limpar bem o rosto antes de dormir.

    Papulopustulosa

    Em alguns casos, o dermatologista prescreve antimicrobianos tópicos (como metronidazol) e antiparasitários (como ivermectina). 

    E, se o problema persiste, o médico parte para isotretinoína oral, conhecida pelo nome comercial Roacutan, em baixa dose. Alguns pacientes podem precisar ainda de antibióticos orais. 

    Por fim, se a pele aguentar, o uso de ácido azelaico pode melhorar a inflamação.

    +Leia Também: A incrível conexão entre o intestino e a saúde da pele

    Fimatosa

    Dependendo do grau, a abordagem de escolha é a radiofrequência ou a dermoabrasão para remover a pele extra que se formou com o engrossamento.

    Além disso, há a opção do uso de lasers para controlar a quantidade de vasos e, como último recurso para casos graves, cirurgia. 

    Ocular

    Aqui, a principal medida é manter os olhos limpos e fazer isso de forma bem suave. Compressas frias também podem aliviar o incômodo.

    Sob orientação médica, é possível usar colírios e medicamentos específicos para os olhos, ou até mesmo antibióticos. Nesses casos, contar com um dermatologista aliado a um oftalmologista pode ser de grande ajuda.

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