Relâmpago: Assine Digital Completo por 3,99

Testosterona na menopausa: o que toda mulher precisa saber

No Dia Mundial da Saúde, ginecologista destaca o papel do hormônio no bem-estar da mulher durante a menopausa

Por Ana Paula Horovitz, ginecologista da Brazil Health*
7 abr 2025, 11h45
mulher-testosterona-menopausa
Aplicação de testosterona na menopausa pode ser recomendada para tratar perda de libido (Freepik/Reprodução)
Continua após publicidade

Durante a menopausa, muitas mulheres experimentam uma série de sintomas que impactam diretamente a qualidade de vida: perda de libido, cansaço excessivo, diminuição da massa muscular, alterações no humor e redução da densidade óssea.

Embora a queda dos estrogênios seja a principal responsável por essas mudanças, a testosterona — hormônio tradicionalmente associado ao universo masculino — também pode ter papel nesse processo.

A testosterona é produzida em pequenas quantidades pelos ovários e pelas glândulas adrenais da mulher. Após os 40 anos, esses níveis começam a cair progressivamente e, com a chegada da menopausa, essa produção se reduz ainda mais.

+Leia também: Do ganho muscular ao desejo sexual: o que é e como age a testosterona

A reposição desse hormônio, quando indicada, pode trazer benefícios relevantes, mas deve ser feita com critério e responsabilidade.

Por que algumas mulheres precisam repor testosterona na menopausa?

A principal indicação da reposição de testosterona na mulher menopáusica é o desejo sexual hipoativo — um quadro clínico caracterizado por perda persistente de libido, ausência de fantasias sexuais e prejuízo na vida afetiva.

Além disso, há estudos que apontam potenciais benefícios da testosterona na melhora da energia, do bem-estar, da massa magra e da saúde óssea.

Continua após a publicidade

Mas é importante frisar: nem toda mulher na menopausa precisa repor testosterona. A avaliação deve ser feita por um médico especialista, com base em histórico clínico e sintomatologia. Em geral, as doses utilizadas são muito pequenas e devem ser ajustadas de forma personalizada.

+Leia também: A febre dos hormônios: cresce uso indevido de testosterona e companhia

Como deve ser feita a reposição e quais os riscos do uso inadequado?

A forma mais segura e eficaz de repor testosterona é por meio de géis transdérmicos, adesivos ou formulações em creme, que permitem controle mais preciso da dose e absorção gradual.

O uso de implantes hormonais — popularmente conhecidos como “chips” — também tem sido cada vez mais comum, mas é uma opção que exige cautela, já que envolve liberação contínua do hormônio por vários meses e nem sempre permite ajustes de dose após a aplicação.

Além disso, não há estudos de eficácia e segurança sobre o uso de implantes hormonais manipulados, como são vendidos no Brasil, em mullheres.

Continua após a publicidade

Quando a testosterona é usada sem acompanhamento médico, em doses elevadas ou por tempo prolongado, os efeitos colaterais podem ser severos: aumento de pelos no rosto e no corpo, engrossamento da voz, acne, queda de cabelo em padrão masculino, alteração no perfil lipídico e até risco cardiovascular. Alguns desses danos são irreversíveis.

Estudos internacionais, como o relatório de consenso publicado em 2019 pela Sociedade Internacional de Endocrinologia da Mulher (ISSWSH e ISSAM), reforçam que a testosterona pode ser uma ferramenta segura e eficaz quando usada dentro de parâmetros clínicos bem estabelecidos.

Reposição hormonal é tratamento, não modismo

A menopausa é uma fase natural da vida da mulher, e o tratamento hormonal deve sempre ter como objetivo o alívio dos sintomas e a melhora da qualidade de vida.

A testosterona não é um “elixir da juventude”, mas sim um hormônio que, quando bem indicado, pode contribuir significativamente para o bem-estar físico, emocional e sexual da mulher.

Continua após a publicidade

Por isso, é fundamental buscar orientação médica especializada e fugir de promessas milagrosas. Com responsabilidade, acompanhamento e informação, é possível viver a menopausa com mais saúde, vitalidade e equilíbrio.

* Ana Paula Horovitz é ginecologista e membro da Brazil Health

(Este texto foi produzido em uma parceria exclusiva entre VEJA SAÚDE e Brazil Health)

brazil-health

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
Apenas 5,99/mês
DIA DAS MÃES

Revista em Casa + Digital Completo

Receba Veja Saúde impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
A partir de 10,99/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a R$ 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.