Quando um bebê começa a ficar com a pele azulada, a chamada cianose, é sinal de que algo está errado com sua capacidade respiratória. E essa falta de oxigênio, muitas vezes, tem relação com um problema cardíaco de fundo. Às vezes, pode inclusive ser uma combinação de disfunções, como ocorre com a chamada tetralogia de Fallot.
A condição foi descrita em detalhes no final do século 19 pelo médico francês Arthur Fallot (daí a segunda parte do nome) e envolve quatro malformações em paralelo (por isso “tetralogia”). Entenda mais sobre essa condição congênita a seguir.
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O que é a tetralogia de Fallot?
A tetralogia de Fallot é uma malformação congênita, ou seja, que vem de nascença, e muitas vezes não tem origem bem definida. Ela é uma das principais suspeitas que surgem quando ocorre a chamada “síndrome do bebê azul”, a cianose.
As quatro condições envolvidas na tetralogia são:
- A presença de um orifício conectando os ventrículos esquerdo e direito, o chamado defeito do septo ventricular;
- Há também uma obstrução da artéria pulmonar, que não tem o tamanho necessário para funcionar adequadamente. Com isso, o sangue não circula da maneira desejada para atingir os pulmões;
- Em função do defeito do septo, a artéria aorta acaba posicionada sobre os dois ventrículos, em vez de se localizar apenas sobre o ventrículo direito. Isso faz com que o sangue que deveria ir para os pulmões pela artéria pulmonar acabe indo para a aorta, que abastece outras regiões do corpo.
- Ocorre ainda uma hipertrofia ventricular, um aumento do tamanho do ventrículo direito para compensar as outras anormalidades.
O que causa a tetralogia de Fallot?
Na maioria dos casos, não se sabe exatamente o que leva às alterações congênitas associadas a esse problema de saúde.
Ela parece estar mais associada a complicações que podem ocorrer na gravidez, como infecções vividas pela gestante ou alcoolismo materno, mas é possível que casos ocorram mesmo na ausência desses fatores de risco.
Quais os sintomas da tetralogia de Fallot?
As disfunções cardíacas provocadas por essa condição levam a dificuldades respiratórias, o que inclui falta de ar e o sintoma mais característico: a pele azulada (cianose).
Os problemas sistêmicos ainda podem provocar perda de peso sem explicação aparente, letargia e irritabilidade na criança.
Como é o tratamento da tetralogia de Fallot?
A tetralogia de Fallot exige uma correção cirúrgica, que deve ser realizada no primeiro ano de vida da criança, de modo a evitar complicações mais sérias.
A cirurgia corrige o problema congênito, mas é fundamental que o acompanhamento cardiológico permaneça ao longo da vida: pessoas que nasceram com essa condição têm maior chance de desenvolver outros problemas no coração conforme forem crescendo e envelhecendo.