Não são só os bebês que tiram proveito do aleitamento materno. Cada vez mais pesquisas associam mulheres que já amamentaram à prevenção de males como o excesso de peso após a gestação e cânceres de mama e ovário. Agora, um estudo publicado no periódico científico BMJ engrossa a lista de possíveis benefícios ao mostrar que esse hábito afastaria a endometriose.
O trabalho é assinado por pesquisadores do Brigham and Women’s Hospital, nos Estados Unidos. Foram analisadas 72 394 voluntárias, tendo 3 296 delas se tornado portadoras da doença em questão após a primeira gestação.
Debruçados sobre esses dados, coletados ao longo de 20 anos, os experts observaram que o risco de endometriose caía 8% a cada três meses adicionais alimentando o rebento com leite materno. Quando a prática ocorria sem o auxílio de alimentos sólidos ou fórmulas, o número subia para 14%.
E mais: 36 meses amamentando durante a fase reprodutiva representariam uma proteção 40% maior em comparação a mães que não deram o peito para seus filhos. Nesse sentido, o aleitamento exclusivo apresentou efeito semelhante — da ordem de 30% — em metade do tempo.
A justificativa mais forte para tal benefício até o momento é baseada no fato de que amamentar altera níveis de substâncias que aparentemente estão ligadas à endometriose – ocitocina, estrogênio, hormônio liberador de gonadotrofina…
Resta aguardar novas revisões e experimentos que comprovem a relação e eventuais vantagens para quem recebeu o diagnóstico antes de engravidar.