Vacina da gripe 2025: o que muda, quem deve tomar e onde encontrar
O Ministério da Saúde prevê a imunização de cerca de 50 milhões de pessoas

A campanha nacional de vacinação contra a gripe começa no dia 7 de abril. Ao todo, o Ministério da Saúde receberá 67 milhões de doses produzidas pelo Instituto Butantan.
A partir desse ano, o imunizante passa a fazer parte do Calendário Nacional de Vacinação para crianças de 6 meses a menores de 6 anos, gestantes e idosos a partir de 60 anos de idade. Isso significa que a dose estará disponível durante o ano todo para essa população nos postos de saúde.
O público-alvo da campanha, de cerca de 50 milhões de pessoas, ainda inclui:
• Profissionais de saúde;
• Mulheres que tiveram filho recentemente (puérperas);
• Professores dos ensinos básico e superior;
• Povos indígenas;
• Pessoas em situação de rua;
• Profissionais das forças de segurança e de salvamento;
• Profissionais das Forças Armadas;
• Pessoas com doenças crônicas não transmissíveis e outras condições clínicas especiais (independentemente da idade);
• Pessoas com deficiência permanente;
• Caminhoneiros;
• Trabalhadores do transporte rodoviário coletivo (urbano e de longo curso);
• Trabalhadores portuários
• Funcionários do sistema de privação de liberdade;
• População privada de liberdade, além de adolescentes e jovens sob medidas socioeducativas (entre 12 e 21 anos).
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Por que é preciso tomar a vacina da gripe todos os anos?
O vírus influenza, causador da gripe, apresenta uma rápida velocidade de mutação. A Organização Mundial da Saúde (OMS) monitora sua circulação a partir dos dados enviados regularmente por centros de pesquisa de diversos países, para verificar as mutações mais presentes entre as amostras.
Com base nessas informações, a OMS publica duas vezes ao ano recomendações das cepas mais relevantes que devem ser incluídas nas vacinas. A divulgação acontece em fevereiro para o hemisfério Norte e em setembro para a parte Sul do globo.
Os imunizantes podem conter três ou quatro cepas de influenza, por isso os termos trivalente e quadrivalente. As versões adotadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) contam com três tipos do vírus, enquanto as doses da rede privada podem conter quatro.
Vale destacar que as duas formas são seguras e eficazes na prevenção de casos graves e mortes pela doença. Além disso, a dose leva 15 dias para fazer efeito.
Na campanha de 2025, estão presentes as cepas do vírus influenza A/Victoria (H1N1), A/Croácia (H3N2) e B/Áustria (linhagem Victoria), que são as mais incidentes no hemisfério Sul.
Nesse contexto, se faz necessário tomar a vacina todos os anos, de modo a garantir a proteção contra a gripe, como reforça pediatra Mônica Levi, presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm).
“Estamos lidando com várias cepas do vírus influenza, que circulam e sofrem mutações com grande frequência. Por isso, uma pessoa pode ter gripe a vida inteira. Para o nosso sistema imunológico, é como se cada mutante fosse um agente novo”, explica Levi.
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Campanha na região Norte
Diferentemente das demais regiões, o Norte do Brasil tem uma circulação mais expressiva do vírus no segundo semestre, entre setembro e novembro. Por isso, o Ministério da Saúde antecipa a vacinação no Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins.
Por lá, a campanha teve início em setembro de 2024 e encerramento em janeiro. No entanto, a pasta recomenda que as doses que estiverem em estoque sejam utilizadas até julho.
Entre agosto e setembro, o Instituto Butantan enviará uma nova remessa com 5,9 milhões de imunizantes que serão encaminhados aos estados da região.
A vacina da gripe pode deixar as pessoas doentes?
Esse é um dos grandes mitos que envolvem o imunizante contra influenza.
A fórmula é composta por vírus inativados, que não são capazes de provocar doença. Em geral, sintomas leves como dor de garganta, coriza e febre baixa são decorrentes de quadros de resfriados ou de gripe contraídos anteriormente.
São comuns reações leves como dor, vermelhidão e endurecimento do local onde a vacina foi aplicada. Os sinais tendem a desaparecer em até 48 horas, de acordo com a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIM). Cerca de 10% dos vacinados podem apresentar febre, mal-estar e dor muscular, geralmente entre 6 e 12 horas após a picada, podendo durar por até dois dias.
Um estudo realizado pelos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), dos Estados Unidos, aponta que a vacinação contra a gripe no Brasil reduz em 35% o risco de hospitalização entre grupos de maior risco. Para pessoas com comorbidades, a queda foi de 58,7%.
Já para crianças pequenas e idosos as baixas foram de 39% e 31,2% respectivamente.
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Outros cuidados contra a doença
Medidas simples ajudam a manter a gripe longe e ainda afastam outras doenças respiratórias. São elas:
• Lavar as mãos com água e sabão ou usar álcool em gel
• Usar lenços descartáveis para higiene do nariz
• Cobrir nariz e boca ao tossir ou espirrar
• Evitar tocar a região de olhos, boca e nariz com frequência
• Evitar o compartilhamento de objetos de uso pessoal
• Manter ambientes bem ventilados
• Evitar contato com pessoas com sintomas
• Usar máscara em ambientes de aglomeração