A geração do burnout
Por que o esgotamento pelo trabalho afeta tanto os millennials? Um livro responde
A jornalista americana Anne Helen Petersen conhece, por experiência própria, o que é uma rotina propícia ao burnout. Mas sua jornada para decifrar por que a geração millennial (os nascidos entre 1981 e 1996), da qual ela faz parte, é especialmente vulnerável a ele vai muito além da vivência pessoal.
Fuçando pesquisas e teóricos, entrevistando dezenas de pessoas pelos Estados Unidos e confrontando o que elas herdaram da geração passada com as projeções que fazem para carreira e vida pessoal, Anne diagnostica, sem papas na língua, os fatores por trás de uma epidemia de burnout entre os millennials.
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Eles incluem a deterioração da estabilidade no mercado de trabalho e os subempregos da era digital, a crença de só trabalhar com o que se ama, a diluição da fronteira entre lazer e emprego com as redes sociais… E uma lição emerge de Não Aguento Mais Não Aguentar Mais (HarperCollins): a sociedade precisa mudar se não quiser sucumbir a um burnout coletivo.
Não aguento mais não aguentar mais
Autora: Anne Helen Petersen
Editora: HarperCollins
Páginas: 336
O que conspira para o esgotamento
Autora analisa fatores por trás do aumento nos casos de burnout
- Heranças geracionais
Expectativas colocadas pelos pais dos millennials nos ombros dos filhos elevam o risco de frustrações. - Uso abusivo de tecnologia
Viver imerso em telas acaba com os limites entre trabalho e descanso — e nos faz perder tempo com bobagens. - Falta de estabilidade
Medo de desemprego e falta de apoio da legislação deixam os trabalhadores expostos a jornadas insanas. - Filosofia perigosa
Trabalhar só com o que se ama é uma ideia que abre caminho a desilusões e metas pessoais inalcançáveis. - Expediente em casa
Conciliar o emprego com a criação dos filhos pode levar ao burnout parental, sobretudo entre as mulheres. - Vitrine de ilusões
A crença de ter sucesso no trabalho bate de frente com a vida boa do Instagram. E assim ninguém se sente satisfeito.