Um estudo global investigou o cérebro de 28,3 mil voluntários e descobriu alterações na espessura da região do córtex cerebral comuns a seis tipos de transtorno psiquiátrico: autismo, depressão, esquizofrenia, transtorno bipolar, TOC e TDAH.
Em geral, o estudo de tecidos biológicos é feito a partir de amostras do cérebro de doadores mortos. Desta vez, os cientistas conseguiram analisar imagens ao vivo por meio de exames de ressonância magnética.
“Acreditamos que, no futuro, esses achados poderão abrir portas para tratamentos mais eficazes e com menos efeitos colaterais”, afirma o psiquiatra Geraldo Busatto Filho, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), um dos autores do trabalho.
Impacto em números
12 milhões de brasileiros vivem com depressão
2 milhões de crianças e adultos possuem autismo
6 milhões de pessoas no país têm transtorno bipolar
2 milhões de crianças e jovens apresentam TDAH
4,5 milhões de brasileiros enfrentam o TOC
2 milhões sofrem de esquizofrenia por aqui
Cabeça investigada
Estudo é um dos maiores esforços para desvendar a biologia dos distúrbios psíquicos.
O experimento
Foram avaliados exames de ressonância magnética de 28,3 mil pessoas — 12,7 mil com histórico de transtornos mentais.
O diferencial
Ao contrário de boa parte das pesquisas, o trabalho não foi feito com o cérebro de doadores mortos, mas ao vivo.
A conclusão
O projeto descobriu que, em pessoas com doenças, há alterações no córtex, camada superficial ligada ao raciocínio.
O desdobramento
Os resultados poderão guiar o desenvolvimento de ferramentas mais precisas para diagnóstico e terapia.