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Presença da família alivia a depressão na infância

Entenda mais sobre o tratamento e as origens do transtorno depressivo entre os mais novos

Por Larissa Beani Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
29 ago 2025, 04h00
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Pais precisam estar engajados no tratamentos de crianças com depressão (Cunaplus_M.Faba/Getty Images)
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Ter uma relação saudável com os responsáveis, saber reconhecer emoções e mitigar os primeiros sintomas de depressão. Esses são os objetivos da terapia de interação pais-filhos para desenvolvimento emocional (PCIT-ED, na sigla em inglês).

É a primeira abordagem aprovada em ensaio clínico para o tratamento do transtorno em crianças de 3 a 6 anos. A intervenção consiste em orientar os pais a aflorarem a percepção dos filhos sobre seus sentimentos por meio de jogos e brincadeiras.

Três a cada quatro pacientes têm remissão após o tratamento e, depois de quatro anos de acompanhamento, 57% estão livres dos sintomas.

“Pais próximos reforçam a confiança no processo e aumentam as chances de sucesso no longo prazo”, avalia a psiquiatra especialista em infância Jaqueline Bifano, de Belo Horizonte.

O estudo foi publicado na revista científica Journal of the American Academy of Child & Adolescent Psychiatry.

+ Leia também: Sinais de depressão e ansiedade dobraram em jovens na pandemia, diz estudo

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Atenção aos sinais

Saiba reconhecer os sintomas do distúrbio nos primeiros anos de vida

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Tristeza persistente

Geralmente acompanhada pela perda do prazer ou por mudanças de humor repentinas.

Irritabilidade

Pode prejudicar o relacionamento com pais e colegas, levando ao isolamento social.

Apatia

Traduzida pela falta de interesse por atividades e brincadeiras de que a criança gostava.

Alterações no sono

Dificuldade para dormir (ou mesmo precisar de muitas horas de descanso) é outro sinal de alerta.

Dores físicas

Queixas recorrentes de dor de cabeça ou estômago, por exemplo, podem ser manifestações.

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+ Leia também: Sim, traumas de infância interferem na saúde mental dos adultos

Palavra de Especialista

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VEJA SAÚDE: Quais são os primeiros sinais aos quais os pais devem prestar atenção para identificar a depressão na infância?

Jaqueline Bifano: É importante que os pais observem mudanças comportamentais e emocionais na criança.

Sinais como tristeza persistente, irritabilidade, falta de interesse em brincadeiras ou atividades que antes eram prazerosas, alterações no apetite e no sono (dormir ou comer demais, ou de menos), isolamento social, dificuldades escolares, baixa autoestima e até queixas físicas frequentes, como dores de cabeça ou no estômago sem causa aparente, podem indicar depressão.

A principal atenção deve ser dada quando esses sinais persistem por mais de duas semanas e impactam a rotina da criança.

Quais são os principais fatores que contribuem para o desenvolvimento da doença ainda na infância?

Fatores diversos podem contribuir para o desenvolvimento da depressão na infância.

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Entre eles estão questões genéticas, como histórico familiar de transtornos de humor, e fatores ambientais, como maus-tratos, abuso, negligência emocional, abandono, luto ou perdas significativas, e experiências de estresse contínuo, como divórcios difíceis, bullying ou dificuldades financeiras familiares.

Além disso, a presença de doenças crônicas ou condições médicas que impactam a qualidade de vida da criança pode aumentar o risco da doença.

O que os pais devem fazer diante dos sinais de depressão na infância?

Os pais devem abordar o problema com seriedade e preocupação genuína. O primeiro passo é conversar com a criança, de maneira aberta e acolhedora, para entender seus sentimentos.

Em seguida, é essencial buscar ajuda profissional com um psiquiatra infantil ou psicólogo, que poderá avaliar o caso e propor uma abordagem de tratamento adequada. Evitar minimizações, como dizer que “é só uma fase” ou “não há motivos para estar triste”, é crucial para validar o sofrimento da criança.

Oferecer suporte emocional, estar presente e demonstrar interesse pela vida emocional do filho ajudam a fortalecer o vínculo e criar um ambiente mais seguro.

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+ Leia também: Como está a saúde mental dos profissionais que cuidam dos nossos filhos

Qual é a implicação de ser diagnosticado com depressão ainda na infância? Ela terá o transtorno para o resto da vida?

Um diagnóstico de depressão na infância não significa que a criança necessariamente enfrentará o transtorno por toda a vida. Na verdade, o diagnóstico precoce permite uma intervenção mais rápida e eficaz, possibilitando que a criança supere a condição e desenvolva mecanismos emocionais mais saudáveis.

Contudo, há um risco aumentado de recorrência de episódios depressivos no futuro, especialmente se fatores genéticos ou ambientais adversos persistirem. Por isso, é fundamental o acompanhamento contínuo e a promoção de um ambiente familiar acolhedor.

Quais são os tratamentos mais indicados para tratar crianças com depressão? Há uso de medicamentos?

O tratamento da depressão infantil é multidisciplinar e personalizado. A psicoterapia, especialmente a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), é uma das intervenções mais indicadas, ajudando a criança a entender e manejar os pensamentos e sentimentos associados à depressão.

Em casos moderados a graves, medicamentos antidepressivos podem ser usados, sempre sob prescrição e monitoramento rigoroso de um psiquiatra infantil.

Além dessas abordagens, a criação de um ambiente familiar favorável e intervenções psicossociais, como suporte nas escolas ou grupos de apoio, podem ser fundamentais no processo de recuperação.

Qual é a importância do engajamento parental no tratamento dessas crianças?

O envolvimento dos pais no tratamento é crucial, pois eles desempenham um papel central na rotina e no ambiente emocional da criança.

Pais engajados participam ativamente das orientações terapêuticas, fornecem apoio emocional constante, ajudam a implementar mudanças nas dinâmicas familiares e contribuem para criar um espaço seguro que favoreça a recuperação.

Além disso, estar próximo das intervenções terapêuticas reforça a confiança da criança no processo, fortalece o vínculo emocional e aumenta significativamente as chances de sucesso a longo prazo.

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