As fazendas verticais são cada vez mais comuns nos grandes centros urbanos. A seguir, entenda as principais características da produção de alimentos nesse sistema.
O local
Esse é um dos maiores atrativos das fazendas verticais, já que elas podem ser montadas em centros urbanos e em espaços fechados, a exemplo de galpões e contêineres.
Basta ter total controle das variáveis ligadas ao crescimento das plantas.
Os tipos de cultivo
O ideal é apostar em culturas de pequeno porte. Hoje, as folhosas dominam, até porque o ciclo de produção é curto e o retorno financeiro, garantido.
Temperos também são boas pedidas. Mas há experiências com morango, tomate-cereja…
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O plantio
As espécies são mantidas em bandejas. Ali dentro, não há terra: são usados substratos como fibra de coco, casca de arroz ou esponja biodegradável.
As raízes também podem ficar soltas. Uma solução de água e nutrientes circula pelo sistema o tempo todo.
A luz
Lâmpadas de LED fazem o papel do sol. Mas não falamos de qualquer tipo de luminária. Essas são ajustadas para de fato imitar o astro-rei, oferecendo exatamente os espectros luminosos de que a planta precisa para realizar a fotossíntese.
A temperatura
Gira em torno de 25 a 26 ºC, clima totalmente confortável para as plantas.
A umidade também é 100% monitorada. Todos esses aspectos proporcionam as melhores condições para o crescimento dos vegetais, segundo sua fisiologia.
Zero agrotóxico
No campo, eles são utilizados para afastar pragas e outros bichos. Nas fazendas verticais, não há necessidade disso.
Mas é essencial ter um controle de acesso muito rigoroso ao espaço para evitar contaminações.
Vantagens na hora do consumo
Além de beneficiar o meio ambiente, um sistema tão moderno quanto o das fazendas verticais resulta em alimentos únicos.
Para começar, a solução nutritiva que banha as plantas fornece uma adubação completa, garantindo riqueza de nutrientes.
“Como há total domínio das condições de cultivo, as folhosas ficam bonitas, saborosas e crocantes por mais tempo”, relata Diego Gomes, sócio-fundador da 100% Livre, em São Paulo.
Uma análise da Embrapa mostrou ainda que as hortaliças produzidas de forma verticalizada são naturalmente mais limpas do que as convencionais após a higienização.
Os gargalos da verticalização
“A questão do alto gasto de energia nesses estabelecimentos é real”, afirma o engenheiro-agrônomo Ítalo Guedes, pesquisador da Embrapa Hortaliças.
Mas, segundo ele, a situação preocupa mais em países onde a matriz energética é baseada em combustíveis fósseis, como nações da Europa.
“No Brasil, que usa fontes renováveis, como energia hidrelétrica ou nuclear, esse problema é menor”, diz.
“De qualquer forma, esse custo elevado acaba compensado pela economia de água, nos fertilizantes e no transporte dos alimentos”, avalia o pesquisador.
Fontes: Diego Gomes, sócio-fundador e CEO da 100% Livre, em São Paulo; Ítalo Guedes, engenheiro-agrônomo da Embrapa Hortaliças