Os pães de forma entraram recentemente na mira da Proteste. Em uma avaliação recém divulgada, essa associação de defesa do consumidor examinou 16 produtos de marcas vendidas pelo Brasil – e, se detectou excesso de gordura e falta de fibras em algumas, também trouxe notícias boas.
Os produtos avaliados foram:
1) Pão de forma tradicional Visconti
2) Pão de forma integral Visconti
3) Pão de forma premium Panco
4) Pão de forma integral Panco
5) Pão de forma tradicional Pullman
6) Pão de forma integral Pullman
7) Pão de forma Seven Boys
8) Pão de forma tradicional Plus Vita
9) Pão de forma integral Plus Vita
10) Pão de forma Kim
11) Pão de forma integral Kim
12) Pão de forma tradicional Wickbold
13) Pão de forma integral Wickbold
14) Pão de forma Energia
15) Pão de forma tradicional Vai Bem
16) Pão de forma integral Grão Lev
Começando pelo lado positivo
Após pegar lotes desses pães nos mercados e levá-los para o laboratório, a equipe da Proteste reparou que nenhum apresentava traços da bactéria salmonela, causadora de desarranjos intestinais intensos, ou de conservação inadequada. Ou seja, dá para levar esses produtos para casa sem ter medo de infecções.
“De um modo geral, os rótulos foram bem avaliados, pois traziam as informações obrigatórias por lei”, completa a Proteste, em nota à imprensa.
A avaliação de gorduras e fibras
Entre outras análises, a entidade comparou a quantidades dessas duas substâncias que era prometida na embalagem com a que de fato estava presente nos pães. De novo, a maioria dos itens se manteve dentro de uma variação permitida pela legislação brasileira, que é de 20%.
No entanto, o pão de forma tradicional da Wickbold extrapolou esse limite, segundo a análise da Proteste, com uma diferença de 41,7% entre a quantidade de gordura acusada no rótulo e a que está no produto. As versões tradicionais de Plus Vita (25,7%) e Vai Bem (111,5%), assim como a integral da Panco (50%), também foram mal nesse quesito.
Já o pão integral da Grão Lev declara não conter quantidades significativas de gordura em sua composição. Para alegar isso, ele não poderia possuir acima de 0,5 grama de gordura por porção. Mas, no teste, observou-se 1,37 gramas de gordura.
A sobrecarga desse nutriente na dieta às vezes desencadeia, com o tempo, problemas à saúde. Estamos falando de obesidade, males cardiovasculares, diabetes e por aí vai.
Quanto às fibras, só o pão integral da Grão Lev – de novo ele – apresentou uma diferença superior a 20% entre a quantidade que aparece no rótulo e a que de fato está no alimento, de acordo com a avaliação. Para ser mais exato, ele contava com 52,96% a menos dessa substância, que ajuda a regular o intestino e a equilibrar microbiota.
Diante disso, essa marca acabou ficando em último lugar na classificação da Proteste. Quem lidera o ranking é o pão de forma tradicional da Visconti. Você pode ver a classificação completa e o teste clicando aqui.
SAÚDE já entrou em contato com as cinco marcas que apresentaram alguma alteração significativa segundo a Proteste para ouvir seu lado da história. Conforme elas responderem, daremos suas versões aqui. Até o momento, a Bimbo Brasil, empresa responsável pela marca Plus Vita, e a Wickbold, emitiram posicionamentos, conforme você pode ver mais abaixo.
A principal crítica das duas empresas se refere à ausência de maiores detalhes sobre a pesquisa da Proteste e à falta de notificação prévia para uma avaliação mais criteriosa. Confira:
Resposta da Bimbo Brasil (Plus Vita)
“A Bimbo Brasil esclarece que segue rigorosamente a legislação de rotulagem e composição de seus produtos estabelecida no país. A empresa preza pela transparência das informações ao consumidor e mantém rígidos processos de controle internos. A companhia esclarece ainda que busca entender junto ao PROTESTE os critérios e parâmetros da análise realizada pelo órgão.”
Resposta da Wickbold
A equipe Wickbold tomou conhecimento, via imprensa, da análise realizada pela PROTESTE – Associação de Consumidores envolvendo 16 marcas de pães de forma brasileiras.
Sobre os produtos da marca citados na divulgação dessa análise, a Wickbold esclarece que não teve acesso ao laudo técnico dos testes realizados pela PROTESTE e, por isso, desconhece a metodologia utilizada pelo laboratório responsável por essa pesquisa. Dessa forma, a empresa se vê impossibilitada de se manifestar de forma assertiva sobre os resultados apresentados.
Em atenção aos seus consumidores, a marca ressalta que, desde sua fundação, há 80 anos, sempre trabalhou dentro dos mais rigorosos padrões de qualidade, fato que a tornou referência no mercado brasileiro de pães especiais.