Você tem pré-diabetes? Não se engane com esse nome
Nosso colunista tira as principais dúvidas sobre a condição, que exige tantos cuidados quanto o diabetes em si
Todos sabemos quanto o diabetes deve ser bravamente prevenido e tratado. Sabemos também dos riscos que o aumento da glicose no sangue pode trazer no longo prazo. Mas uma doença melindrosa e silenciosa tem aumentado (e muito!) a sua prevalência nos últimos anos no Brasil. Esse problema já ultrapassou o próprio diabetes. Estamos falando do pré-diabetes.
A Federação Internacional de Diabetes estima que havia 14,6 milhões de brasileiros com pré-diabetes diante de 12,5 milhões de diabéticos em idade adulta no ano de 2017. Sim, o número de pré-diabéticos superou o de pessoas com diabetes em nosso país.
Para saber se você tem pré-diabetes ou diabetes, dê uma olhada na figura abaixo.
Muita gente se engana ao pensar que o pré-diabetes é uma espécie de pré-doença. Pelos estudos que temos a respeito, podemos dizer que definitivamente a condição é uma doença pra valer, que implica diversos riscos à saúde.
Pesquisas realizadas há mais de uma década apontam que a mortalidade cardiovascular dos pré-diabéticos é superior à da população em geral. Recentemente, observou-se que, a exemplo do diabetes, o quadro está associado a maior comprometimento dos rins, dos olhos e dos nervos. Sem contar que um indivíduo com pré-diabetes tem um risco bem mais elevado de se tornar diabético propriamente dito.
Tem gente que acha que, para o diabetes trazer malefícios, os níveis de glicose no sangue precisam estar nas alturas. Mas cabe destacar que mesmo pequenas elevações de glicose podem fazer grandes estragos ao longo do tempo. É um recado que se aplica bastante ao pré-diabetes.
A boa notícia é que o pré-diabetes não é uma sentença de uma vida mais curta ou com menos qualidade. Um estilo de vida saudável — com alimentação balanceada, atividade física, boas noites de sono… — é a chave para prevenir não só a condição como para evitar que ela evolua para o diabetes em si. Em alguns casos, o uso de medicamentos também pode ser considerado como estratégia coadjuvante.
Outro conselho: você sabe como estão seus níveis de glicose? Para flagrar o pré-diabetes é preciso investigá-lo. Portanto, não deixe de fazer os exames periódicos!