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Neste espaço, especialistas e articulistas vinculados ao Movimento Falar Inspira Vida promovem orientações e discussões sobre cuidados com a saúde mental e o controle de doenças como a depressão
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Saúde mental de mulheres: o que temos para comemorar?

Há uma maior prevalência de transtornos mentais entre elas. Entenda as razões e como identificar se você ou alguma mulher próxima precisa de ajuda

Por Karen Scavacini, psicóloga*
8 mar 2023, 09h50
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  • Como estão as mulheres em torno de você? E as que vieram antes, e as meninas que estão crescendo ao seu redor? O quanto você observa, conversa, ajuda e aceita ser ajudada por elas?

    Você já parou para analisar suas origens e as vivências das mulheres com quem convive e conviveu? Identifica quais tiveram questões de saúde mental, sofreram abandonos e violências, abdicaram de seus sonhos e quais seguiram em frente, refizeram seu caminho e se apropriaram de suas histórias?

    Há uma prevalência maior de distúrbios mentais entre elas – 1 a cada 5 mulheres sofrem de problemas como depressão e ansiedade. Para ter ideia, atualmente a depressão é a maior causa de afastamentos de trabalho no mundo – e é 50% maior entre mulheres.

    Ao tratar desse tema, precisamos olhar para além dos fatores biológicos associados, como questões hormonais, alimentação inadequada e genética.

    Saúde mental é multideterminada, isto é, é influenciada por diversos aspectos, como os determinantes sociais.

    + Leia também: A ciência da felicidade

    Fora os desafios de acesso a trabalho, alimentação, moradia e educação, vale lembrar que estamos diante de uma sociedade acelerada, de aparências moldadas, que muitas vezes mostra vidas perfeitas. Ainda lidamos com o machismo, a estrutura patriarcal e racista e os efeitos da pandemia.

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    Um estudo da Universidade do Porto, em Portugal, mostra que mulheres vítimas de violência tem duas vezes mais probabilidade de terem doenças mentais, pensam 8,6 vezes mais no suicídio e tem 13 vezes mais risco de apresentarem comportamentos de risco para a saúde, como o abuso de álcool e outras substâncias.

    Para piorar, existe uma passividade dos médicos na detecção das vítimas.

    Os abusos, a dependência financeira, o desemprego, a diferença salarial, a vulnerabilidade relacional, as perdas, as questões sociais, a pressão estética e o acúmulo de sobrecargas são outros fatores que influenciam a saúde mental.

    Dependendo do tipo de situação, em vez de pedir ajuda as mulheres tendem a ficar mais caladas – e, pior, acabam subjugadas e revitimizadas.
    A autenticidade do sofrimento é questionada, assim como a capacidade, o controle, a utilidade e sua sanidade.

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    + Leia também: Corpo e mente no mesmo compasso: é possível?

    É fundamental procurar apoio

    Das pessoas com condições de saúde mental, somente 26% buscam ajuda – e 70% dessas podem melhorar com a ajuda de tratamentos.

    Nunca falamos tanto de saúde mental, e essa é uma boa notícia. Mudar uma cultura de saúde mental leva tempo e requer acesso e informação.

    Faça um exercício comigo agora: respire fundo e sinta como você está. Como estão suas emoções, seus planos, seus sonhos, sua motivação e seu prazer, incluindo o sexual?

    Você tem se sentido sozinha, triste, sem vontade de fazer as coisas? Tem estado muito nervosa e com dificuldades de dormir? Tem pensado em fazer algo com você?

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    Esses são alguns sinais que precisamos levar em conta para o nosso checkup emocional.

    Use a caixa de busca ou clique no índice para encontrar o verbete desejado:

    Devemos também ampliar a visão sobre os tipos de cuidados necessários, como acesso aos cuidados de saúde mental, psicoterapia e tratamento medicamentoso.

    Atividades físicas regulares e alimentação também são essenciais, assim como o cuidado espiritual – tenha uma crença, fé, esperança.

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    É preciso investir nos cuidados sociais e fortalecimento da saúde mental de toda uma comunidade.

    Será que realmente sabemos como está a mulher próxima de nós? Sabemos onde buscar ajuda?

    Quer fazer mais? Algumas ideias:

    • Se cuide, se priorize e, se der, seja exemplo para outra mulher.
    • Diante casos de violência, não duvide nem julgue: acolha e denuncie.
    • Conheça as pautas políticas de saúde mental e bem-estar da sua região e se engaje.
    • Promova espaços de troca, educação, acolhimento e suporte em vários ambientes, como escola, trabalho…
    • Observe a si mesma e as mulheres próximas a você. Ouça sem julgamento. Conheça os sinais de atenção para a saúde mental e não tenha medo de oferecer ou pedir ajuda quantas vezes forem necessárias.
    • Conheça e fortaleça sua rede de apoio
    • Seja gentil nos grupos virtuais – cuidado com o preconceito e a psicofobia.
    • Se você é profissional da saúde, ouça, investigue e cuide de maneira integral da mulher.
    • Conheça e encaminhe para os locais de ajuda, como o Mapa Saúde Mental, o Mapa do Acolhimento, o CVV e o disque-denúncia. Encoraje a busca pelo apoio especializado do psicólogo e psiquiatra.

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    E, para os homens: se incluam nesse cuidado, oferecendo acolhimento e ajudando a garantir os direitos básicos. Respeite! Poderemos comemorar mais quando essa pauta for de todos!

    *Karen Scavacini é psicóloga e fundadora e CEO do Instituto Vita Alere de Prevenção e Posvenção do Suicídio

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