Já ouviu falar da síndrome de overtraining (ou do excesso de treinamento, em bom português)? Para resumir, trata-se de uma queda na performance em uma modalidade qualquer mesmo quando a pessoa se exercita bastante. “Mas descobrimos em trabalhos nossos que o overtraining poderia ser rebatizado de síndrome de underfeeding ou da subalimentação”, brinca o endocrinologista Flavio Cadegiani, doutor pela Universidade Federal de São Paulo.
Em um estudo dele com 51 voluntários – apoiado pelo Laboratório Exame -, descobriu-se que, até entre atletas com ritmos parecidos de treino, os com uma baixa ingestão calórica corriam um maior risco de sofrer essa redução da capacidade física.
E isso valia especialmente para os que cortavam fontes de proteína e carboidrato do cardápio. “A carência desses nutrientes reduz a disponibilidade de energia, altera a concentração de hormônios e estimula a perda muscular”, resume Cadegiani.
Outros fatores associados à sindrome de overtraining
Sono ruim: Se você dorme mal com frequência, não se recupera para as sessões de ginástica. Aí o rendimento vai para as cucuias.
Excesso de trabalho mental: Não deixar o cérebro descansar provoca muito estresse – e, talvez, a bagunça hormonal desencadeada por esse sentimento abale a atividade física.
Acúmulo de gordura: Aqui, é o overtraining que pelo visto fomenta o ganho de massa gorda. Por quê? A síndrome faz o organismo reduzir o gasto calórico e incitar o uso de proteínas dos músculos como fonte de energia, enquanto preserva os redutos de gordura.