Colecistite: conheça sintomas da doença que pode levar à cirurgia
Inflamação provocada por pedras na vesícula pode ser fatal se não for tratada adequadamente

A colecistite é uma inflamação na vesícula biliar decorrente dos cálculos biliares, popularmente conhecidos como pedras na vesículas, que afetam 10% a 15% da população mundial.
Essas formações sólidas normalmente não provocam sintomas e podem até desaparecer espontaneamente. Mas em outros casos, elas podem atrapalhar e interromper o fluxo de bile no organismo. Quando isso acontece, há grandes chances de desenvolver um quadro de colecistite.
Embora possa parecer simples, o problema é doloroso e pode até ser fatal se não for tratado. A inflamação é mais comum entre mulheres acima dos 40 anos e homens com mais de 60. Sobrepeso, colesterol alto, diabetes, dietas ricas em gordura e consumo excessivo de álcool são os principais fatores de risco.
Entenda as causas da doença e saiba quais são os tratamentos.
O que causa colecistite?
A vesícula biliar é um órgão conectado ao fígado através de um conjunto de dutos, chamado de trato biliar. A principal função da vesícula é armazenar a bile, uma solução produzida pelo organismo para ajudar na digestão da gordura e na eliminação de resíduos.
A colecistite ocorre quando os dutos do trato biliar ficam entupidos pelos cálculos formados na vesícula, ocasionando um acúmulo de bile que pode ser infectado por bactérias.
Esse bloqueio também pode levar a uma distensão da vesícula, irritando as paredes do órgão e interrompendo a circulação do sangue na região. O processo de infecção pode evoluir para necrose e, eventualmente, sepse.
Diferentes tipos de colecistite
Existem três tipos de colecistite: a aguda, a crônica e a colecistite alitiásica. A forma aguda é abrupta e intensa, com inflamação severa, e é a complicação mais comum em quadros de cálculo biliar. Os sintomas começam com dor abdominal e mal-estar.
Já a forma crônica tem evolução lenta e é marcada por repetidos episódios de inflamação intercalados por períodos de alívio. Os sintomas aparecem quando o duto biliar é obstruído e desaparecem quando o fluxo da bile é normalizado.
Há também a colecistite alitiásica, caracterizada pela inflamação da vesícula sem a presença de cálculos biliares. O quadro é mais raro e aparece em pessoas que já tem outras complicações no organismo. Também é o que tem menor probabilidade de cura.
Quais os sintomas da doença?
A inflamação da vesícula pode ser identificada por uma dor forte e persistente por várias horas, concentrada na parte superior da barriga.
Essa dor é acompanhada de febre e pode aparecer após o consumo de alimentos gordurosos. A sensação se intensifica durante a respiração e pode se espalhar para outras regiões do corpo, como os ombros e as costas.
Outros sinais também podem aparecer, como inchaço do abdome e sensação de estufamento, náuseas, vômito, suor frequente, olho amarelado (icterícia) e fezes de coloração mais clara que o normal.
O diagnóstico acontece a partir de uma análise do histórico clínico e de um exame físico, chamado de sinal de Murphy. No exame, o paciente deve inspirar enquanto um ponto no abdômen é pressionado, a fim de verificar se apresenta dor. Caso seja positivo, o diagnóstico pode ser confirmado com exames de imagem como ultrassonografia e tomografia computadorizada.
Qual o tratamento para colecistite?
O tratamento depende da gravidade dos sintomas e do quadro. Em casos leves, mudanças na dieta, medicamentos para controle da dor e da inflamação podem ser o suficiente.
No entanto, o mais comum é realizar a cirurgia para a remoção da vesícula biliar, uma operação chamada de colecistectomia. A cirurgia costuma ser feita por laparoscopia e ajuda prevenir recorrências.
Atrasos no tratamento podem levar a complicações graves como colangite, peritonite, choque séptico e até a perfuração da vesícula, elevando o risco de morte. Por isso, frente a qualquer um dos sintomas, procure um médico.