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Herpes: tratamentos, sintomas e o que é essa doença

Dois tipos de vírus podem causar feridas genitais ou nos lábios. Conheça essas infecções e os remédios à disposição para enfrentá-las

Por Goretti Tenorio e Chloé Pinheiro
Atualizado em 10 fev 2022, 12h30 - Publicado em 16 jan 2018, 17h54
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  • Causada por um vírus, o herpes simplex 1 (HSV), essa infecção recorrente começa com um formigamento nos lábios e segue com uma coceira até que, finalmente, eclodem as bolhas. Por fim, elas se transformam em feridas.

    Estima-se que cerca de 90% da população mundial tenha o vírus do herpes alojado no organismo. Mas apenas de 10 a 15% manifesta os sintomas. Por quê? Brechas na imunidade.

    A transmissão é feita por gotículas de saliva, beijo, objetos contaminados levados à boca e por aí vai. Por isso, é bem comum que o primeiro contato com o HSV aconteça ainda na infância.

    O inimigo invade o corpo, percorre a mucosa da boca e se instala em terminações nervosas, especialmente nos gânglios. Ele costuma ficar por ali sem causar incômodo. O ataque acontece quando as defesas do indivíduo estão enfraquecidas – em função de estresse, muita exposição ao sol ou quando o organismo está debilitado por gripe e resfriado, por exemplo.

    Nesse momento, o herpes simplex sai do gânglio e refaz o percurso até alcançar a epiderme, camada mais superficial da pele, onde deflagra uma ferida. A doença desaparece à medida que a imunidade se restabelece: seu ciclo costuma durar de cinco a 12 dias.

    Uma variação do herpes simplex 1, o tipo 2 é responsável pelo aparecimento de lesões na região da vulva, pênis, ânus, nádegas e virilha. Para evitá-las, a recomendação é usar preservativos durante as relações sexuais. Até porque as feridas potencializam o risco de outras doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), como aids.

    Ambos os tipos têm uma característica em comum: uma vez que penetram no organismo, nunca são eliminados. O fundamental, portanto, é manter as defesas do corpo em dia e controlar os eventuais sintomas quanto antes.

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    Sinais e sintomas

    – Formigamento na pele

    – Coceira

    – Ardor

    – Dor

    – Vermelhidão

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    – Bolhas

    – Feridas

    Fatores de risco para a eclosão das feridas

    – Exposição ao sol

    – Alterações hormonais, como as do período menstrual

    – Infecções como gripes e resfriados

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    – Consumo de itens ricos no aminoácido arginina, entre elas nozes, amêndoas e chocolates

    – Estresse

    A prevenção

    Como o responsável pelas lesões nos lábios é um vírus altamente contagioso, é bom tentar se manter longe dele, evitando compartilhar copos, talheres e itens de maquiagem. Se notar sinais da doença na pessoa ao lado, mantenha distância para escapar das gotículas de saliva contaminadas.

    Algumas atitudes contribuem para evitar o aparecimento das feridas labiais. Uma das principais é ter cuidado ao se expor ao sol. Os raios ultravioleta fragilizam as nossas defesas, além de ressecar os lábios, que ficam mais vulneráveis.

    O uso de protetor labial e corporal ajuda, mas não impede por completo que o herpes ataque. Para quem convive com crises periódicas, é prudente valorizar a sombra.

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    A alimentação também influencia na prevenção. É que a arginina, uma substância presente em nozes, amêndoas, chocolate e uva, costuma atiçar o vírus. Pelo mesmo motivo, suplementos à base desse aminoácido, muito difundidos em academias de ginástica para fortalecer os músculos, são um perigo para quem é suscetível.

    Estudos apontam a associação entre alterações emocionais e as crises de herpes. Veja: o estresse crônico é capaz de minguar nossas defesas, abrindo espaço para o vírus se manifestar. Por isso é tão importante domar a tensão diária.

    O diagnóstico

    Em geral, a simples observação das características físicas da infecção por herpes é suficiente para chegar ao diagnóstico. Até porque, como o vírus propicia episódios recorrentes e os gatilhos são conhecidos do paciente, fica mais fácil identificar o problema.

    Se o médico achar necessário, pode solicitar um exame de cultura de uma amostra retirada da área afetada para confirmar a presença do vírus. Outra forma de checar se ele é o responsável pelas feridas é por meio de uma análise sanguínea do paciente. Se o resultado der positivo, não resta mais dúvida sobre o agente por trás dos sintomas.

    O tratamento

    Não existe uma cura para herpes, mas a doença é autolimitada – ou seja, desaparece à medida que o sistema imune do indivíduo se recupera. De qualquer jeito, durante as crises infecciosas, o objetivo principal é diminuir o desconforto na área afetada. Assim, aplicar gelo sobre as lesões ajuda, porque a temperatura fria alivia a dor e auxilia na recuperação.

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    Para reduzir a concentração de herpes simplex no corpo e, consequentemente, a frequência de lesões e a intensidade das manifestações futuras, o médico às vezes lança mão de remédios antivirais. O ideal é iniciar o uso da pomada ao menor sinal do herpes, de preferência ainda na fase do formigamento e coceira. Essa tática abrevia a crise e minimiza a disseminação da enfermidade – quando as bolhas e feridas irrompem, o vírus se torna mais contagioso.

    Lavar bem as mãos é fundamental para evitar a propagação do vírus a outras partes do rosto, como nariz e olhos. E nem pense em furar as bolhas. Isso só servirá para intensificar a dor, espalhar o herpes e retardar a cicatrização.

    Estudos recentes apontam um novo tratamento capaz de impedir a recorrência dos ataques do herpes simplex. O medicamento em forma de cápsulas tem como princípio ativo o cloridrato de lisina, cuja atuação impede a multiplicação do vírus dentro das células.

    Lisina é um aminoácido naturalmente obtido com a ingestão de alimentos como leite, carnes, feijão, legumes e frutas. Só que o remédio aumenta em 20 vezes a concentração dessa molécula no corpo, potencializando seu efeito protetor contra o herpes. Em resumo, ele encurta o período de sintomas e reduz a ocorrência das crises.

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