Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana
Continua após publicidade

O problema grita! Estamos dando ouvidos a ele?

Nova edição de VEJA SAÚDE traz um alerta sobre a poluição sonora. Ela coloca a audição, o cérebro e o coração em perigo

Por Diogo Sponchiato
20 Maio 2022, 14h17
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Numa carta endereçada ao prefeito de Curitiba e publicada no livro de contos Desgracida (Record), de 2010, o escritor Dalton Trevisan vocifera:

    “Onde anda o fiscal do meio ambiente? Cadê o guardião do nosso silêncio? Quem viu o medidor de decibéis? Impunes, os bárbaros da estridência invadiram e ocuparam a cidade. Altíssimos -falantes de propaganda, berrando oito horas por dia, infernizam a paciência de todo mundo. Na porta das drogarias, lojas, bibocas, caixas ensurdecedoras de som trombeteiam as suas bugigangas. São as predadoras truculentas da lei morta do silêncio”.

    Se juntarmos os alto-falantes e caixas de som, que tomaram até praias e metrôs, ao barulho do trânsito, do tráfego aéreo, das obras nas vias, das reformas nos apês e das músicas que o sujeito obriga os vizinhos a ouvir, definitivamente podemos apreciar, de camarote, um pandemônio acústico.

    E essa ópera-bufa está longe de ser fruto da imaginação. É realidade pura! Está gritando por aí e… a) não ouvimos; b) ouvimos, mas não ligamos; c) já nem ouvimos, pois surdos ficamos.

    Então vamos dar nome aos bois — pobres bois, eles nada têm a ver com isso, mas sejamos fiéis à expressão. Estamos falando de poluição sonora, um problema de saúde pública para o qual a sociedade ainda não despertou.

    Continua após a publicidade

    E olha que motivos para chamar a atenção e tirar o sono não faltam. Sintetiza Trevisan, o vampiro acossado pela cacofonia de Curitiba: “Da poluição visual você ainda se defende, basta que não olhe. Contra a pichação sonora nada pode”. Assim não dá! Algo precisa ser feito. Por nós, pelas empresas, pelas autoridades públicas.

    A poluição sonora nos faz adoecer. Previsões sobre o aumento no número de vítimas de perda auditiva nos próximos anos são assustadoras. Mas, como expõe o jornalista André Bernardo na reportagem de capa, o perigo não se limita aos ouvidos.

    BUSCA DE MEDICAMENTOS Informações Legais

    DISTRIBUÍDO POR

    Consulte remédios com os melhores preços

    Favor usar palavras com mais de dois caracteres
    DISTRIBUÍDO POR
    Continua após a publicidade

    Já há fartas provas de que a exposição a ruídos altos ou persistentes contribui para o colapso cardíaco, mental e cognitivo.

    A saída, pelo menos para a maioria dos cidadãos, não se encontra em fugir da cidade grande e, como propôs o escritor americano Henry David Thoreau em seu clássico do século 19 Walden ou A Vida nos Bosques (Planeta), construir uma cabana e levar uma existência pacata e autossuficiente na mata.

    Envolve, isso sim, bom senso, respeito ao próximo (e a si mesmo) e fiscalização para que se cumpram as leis que, em tese, estão aí para nos defender dessa sinfonia sinistra sem hora para acabar — sobretudo em ano de campanha eleitoral.

    Continua após a publicidade

    VEJA SAÚDE dá ouvidos aos sábios, aos cientistas e aos profissionais da área para fazer ecoar esse alerta. Que possamos desfrutar mais do silêncio — e sofrer menos com a poluição sonora.

    Compartilhe essa matéria via:

    Arte premiada

    Somos o único veículo de imprensa brasileiro a ser laureado com um mérito no SPD 57, a última premiação realizada pela prestigiada Society of Publication Designers. Estamos lá, representando o talento gráfico desta nação, com a matéria Em Busca de Ar — Por Que e Como Respirar Melhor, publicada em maio de 2021.

    Continua após a publicidade

    Meus cumprimentos à editora de arte Letícia Raposo, que concebeu o visual da reportagem, a Tomás Arthuzzi, responsável pelas fotos, e a Daniel Almeida, o autor das ilustrações. Prova viva de que a arte também informa!

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY
    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba Veja Saúde impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de 10,99/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.