Pomada Minancora realmente cura espinha e melhora a pele?
Criada em 1915, a pomada se popularizou como remédio para todo tipo de problema de pele. Confira quais são os reais benefícios do produto
Desde o século passado, um dos conselhos mais ouvidos por quem busca se livrar de uma espinha no rosto é usar a pomada Minancora. Para espinhas, frieiras e até para evitar os odores do suor, a antiga propaganda da marca já dizia: “Minancora é a solução”.
A Minancora foi criada em 1915 e se popularizou pelo valor acessível e pelas várias utilidades para a pele. A marca segue presente no mercado e hoje oferece outros produtos além da famosa pomada da latinha laranja.
Mas será que os benefícios propagandeados sobre a Minancora realmente se comprovam pela via científica? Aprenda mais sobre os princípios ativos da pomada a seguir.
Para que serve a pomada Minancora?
De acordo com a bula, a Minancora pode ser utilizada em espinhas, frieiras e escaras – também chamadas de úlceras de pressão. Outras funções da pomada são tratar picadas de inseto, urticárias e ajudar a cicatrizar pequenos cortes na pele, como aqueles feitos ao barbear o rosto.
O produto pode ainda ser usado para prevenir odores desagradáveis nas axilas e nos pés, associados ao suor.
A indicação é utilizar a pomada em áreas limpas e secas da pele, onde há espinhas ou outro problema que precisa de tratamento. A pomada deve ser reaplicada a cada 12 horas.
Segundo a marca, a Minancora desempenha papéis antisséptico, adstringente e cicatrizante quando em contato com a pele. Os benefícios do uso seriam principalmente a prevenção da proliferação de bactérias e microorganismos, a diminuição de inflamações cutâneas e a ação calmante em regiões irritadas.
A ciência comprova os benefícios da pomada?
Três ingredientes principais compõem a famosa pomada da latinha laranja: óxido de zinco, cloreto de benzalcônio e cânfora.
O óxido de zinco provavelmente está presente em vários dos seus produtos de skincare: junto com o dióxido de titânio, ele é um dos principais ingredientes de protetores solares. Esses dois compostos absorvem a radiação, por isso, tem o potencial de proteger a pele contra os danos da exposição ao sol.
Isso não significa que dá para usar Minancora como protetor solar. Entre outras funções do óxido de zinco comprovadas cientificamente, estão propriedades antibacterianas, desinfetantes e secativas. Por isso, a substância realmente pode ajudar a acelerar a cicatrização de feridas e combater algumas das bactérias envolvidas na proliferação da acne.
O papel antimicrobiano é o que permite à Minancora combater alguns dos odores desagradáveis produzidos pelo suor nos pés e nas axilas.
Estudos demonstraram que preparações com óxido de zinco foram eficientes ao tratar a dermatite causada pelo uso de fraldas – a famosa assadura – e alguns tipos de eczema e úlceras na pele.
Já o cloreto de benzalcônio é um produto químico antisséptico, utilizado tanto em preparações dermatológicas quanto em colírios e produtos de limpeza. Apesar da ação antimicrobiana, o composto é alvo de pesquisas devido a relatos de casos em que despertou alergias e irritações na pele. Dependendo da concentração e da sensibilidade da pessoa, o produto pode gerar vermelhidão e outros sinais de irritação.
Além disso, há evidências que sugerem que uma das bactérias causadoras da acne, bem como outras linhas bacterianas, podem desenvolver resistência ao cloreto de benzalcônio com o tempo – minando, assim, seu potencial antimicrobiano.
A cânfora, por sua vez, é um ingrediente natural, extraído da madeira da árvore Cinnamomum camphora. Ela é bastante utilizada na medicina tradicional como expectorante e como tratamento para resfriados. Você provavelmente já usou algum produto com cânfora e nem sabe: é ela a responsável pela sensação de calor e frio provocada por cremes anti-inflamatórios que visam aliviar dores musculares.
A substância tem ação levemente analgésica e atua contra a coceira. Em um estudo com ratos, a cânfora mostrou efeito anti-inflamatório em casos de dermatite atópica.
+Leia também: 12 dúvidas comuns sobre a acne
Minancora funciona mesmo para eliminar espinhas?
Em primeiro lugar, é preciso alertar que a Minancora não é capaz de prevenir espinhas ou de curar um quadro de acne. A pomada tem propriedades antibacterianas e secativas, mas atua somente sobre espinhas que já apareceram na pele.
A principal dica em casos de acne é busca um médico dermatologista para investigar a causa do problema de pele. Questões hormonais, uso de medicamentos e níveis de estresse são apenas alguns dos fatores que podem estar associados ao surgimento das espinhas. É importante avaliar a condição subjacente para combater de fato o problema.
Além dos princípios ativos, a Minancora contém óleo mineral, cera de abelha, corante, butilhidroxitolueno e parafina.
Tanto o óleo mineral quanto a parafina são considerados petrolatos: produtos derivados de petróleo empregados na indústria farmacêutica e de cosméticos. Embora tenham potencial de hidratação e suavização da pele, para pessoas propensas a acne, esses ingredientes podem causar algum nível de obstrução dos poros e piorar a oleosidade cutânea. Consulte um médico antes de usar Minancora se este for o seu caso.
Contraindicações
Outro componente da Minancora que pode trazer problemas é o corante vermelho. Algumas pessoas podem desenvolver reações alérgicas a esse ingrediente. Por isso, se notar qualquer sinal de vermelhidão ou coceira, suspensa imediatamente o uso da pomada e busque ajuda médica.
Pessoas sensíveis aos ingredientes da fórmula devem evitar a pomada, bem como as grávidas. Crianças menores de dois anos correm risco de intoxicação e convulsões, e a pomada deve ser mantida longe de seu alcance.
Como efeitos colaterais raros do uso, pode surgir sintomas de dermatite de contato: ardência, vermelhidão, coceira, formação de bolhas, secreção, descamação e crostas.