São Paulo confirma primeiro caso humano de febre amarela em 2025
Paciente esteve em Socorro, no interior do estado, uma das cidades que detectou animais infectados neste ano

Após a identificação da doença em macacos mais cedo neste mês, a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo confirmou o primeiro caso de febre amarela em humanos em 2025. O contágio ocorreu em um homem de 27 anos que reside na capital, mas visitou recentemente a cidade de Socorro, onde um caso da doença em primatas havia sido confirmado anteriormente.
Em 2024 inteiro, somente dois casos foram confirmados no estado o ano inteiro, um deles importado de Minas Gerais. A possibilidade do avanço da doença reforça a importância da vacinação em áreas de risco e de um maior conhecimento sobre esse problema de saúde.
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O que é a febre amarela?
A febre amarela é uma doença causada por um vírus, que por sua vez é transmitido pela picada de mosquitos infectados, que podem ser dos gêneros Haemagogus e Sebethes em áreas silvestres, ou o velho conhecido Aedes aegypti (o mesmo vetor da dengue e de outros vários problemas de saúde) no ambiente urbano.
Como não há casos urbanos desde a década de 1940, a doença hoje é considerada de ciclo silvestre e sem participação do Aedes. O ser humano entra como hospedeiro acidental ao ser picado por um mosquito em uma área onde o vírus circula, geralmente ao ingressar em zonas de mata.
Após o contágio, além da própria febre, as pessoas infectadas apresentam sintomas sistêmicos como dores de cabeça e pelo corpo (especialmente no abdômen e nas costas), mal-estar e perda de apetite. A maioria dos pacientes se recupera em um prazo de uma semana.
No entanto, algumas pessoas podem apresentar agravamentos potencialmente fatais, como hemorragias, insuficiência renal e problemas hepáticos, caracterizados pela icterícia (este sintoma, por sinal, empresta o nome à doença, já que leva a pele e os olhos a adquirirem uma tonalidade amarelada).
A mortalidade da doença varia entre 20 e 50%.
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Macacos não transmitem a febre amarela
Apesar de aparecerem sempre em notícias sobre a doença, os macacos não passam o vírus para seres humanos: ela é transmitida somente pela picada de mosquitos. Os macacos são considerados “sentinelas” para avaliar se a doença está em circulação em uma determinada região.
Muitas vezes, os primatas acabam sendo vítimas da desinformação e mortos, mas isso não resolve o problema. O principal método de prevenção contra a febre amarela é a vacinação. No momento, por serem casos esporádicos, não há indicação para aplicar a vacina em massa, mas ela deve ser feita por pessoas que nunca se imunizaram antes e que vivem em áreas onde foram detectados macacos doentes.
Em 2025, nove primatas com febre amarela já foram identificados em São Paulo: a maioria (sete) em Ribeirão Preto, com um caso cada nos municípios de Socorro e Pinhalzinho.