Mais passos, menos depressão: o poder da caminhada para a saúde mental
Aumentar a movimentação diária pode diminuir sintomas depressivos, sugere novo estudo

Você certamente já deparou com alguma pesquisa ou especialista que tenham destacado a importância de bater perna para viver mais e melhor.
A novidade, assinada embaixo por uma revisão de estudos, é que aumentar o número de passos diários pode diminuir inclusive os sintomas depressivos.
“A prática regular de exercícios libera endorfinas, neurotransmissores que promovem a sensação de bem-estar e prazer, além de ajudar na regulação do sono e na redução do estresse”, subscreve o psiquiatra Antonio Egídio Nardi, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Pelas contas dos autores da pesquisa, liderada pela Universidade de Castilla-La Mancha, na Espanha, dar no mínimo 5 mil passos por dia seria o recomendável para afastar aquela mistura de tristeza e desinteresse pela vida. Os achados foram publicados no periódico JAMA Network Open.
“Caminhar, em particular, envolve movimentos rítmicos que podem induzir certos estados de fluxo mental e minimizar pensamentos negativos”, explica Nardi.
Ao todo, mais de 30 estudos foram revisados na análise espanhola, reunindo dados de 96 mil pessoas adultas. No entanto, embora haja uma associação clara entre maior número de passos diários e menores sintomas de depressão, a causalidade direta ainda não foi estabelecida.
“Os indivíduos com depressão podem ser menos propensos a se envolver em atividades físicas, o que poderia explicar parte dos achados. Portanto, são necessários mais estudos longitudinais e ensaios clínicos com diferentes grupos de pacientes para confirmar se aumentar o número de passos diários efetivamente reduz o risco de depressão”, pondera o psiquiatra.
O estudo do JAMA destaca a importância de incorporar caminhadas regulares na rotina diária como uma estratégia potencial para a prevenção da depressão.
“Embora sejam necessários mais estudos para estabelecer uma relação causal definitiva, os achados atuais reforçam os benefícios da atividade física moderada para a saúde mental e geral”, conclui Nardi.
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