Um dos destaques do 4º Congresso da Sociedade Brasileira de Médicos Intervencionistas em Dor (Sobramid), que acontece este fim de semana em Campinas (SP), será a apresentação do primeiro estudo sobre a prevalência da dor crônica entre os brasileiros. Conduzido pelo IBGE com apoio da Sociedade Brasileira para Estudo da Dor, o trabalho foi feito ao longo de um ano (2015-2016) — 919 pessoas de diversos estados foram entrevistadas.
Nas três primeiras colocações do ranking das regiões com mais queixas estão Sul (42%), Sudeste (38%) e Norte (36%). Em seguida, aparecem Nordeste (28%) e Centro-oeste (24%). “Dores de cabeça e nas costas foram as mais citadas pelos participantes”, diz o anestesiologista Paulo Renato Barreiros da Fonseca, um dos autores da pesquisa.
Também foi solicitado que os respondentes avaliassem, em uma escala de um a dez, a intensidade do desconforto que sentem. Aí as posições mudaram: no pódio, ficam Norte (6,9), Nordeste (6,7) e, empatados na terceira colocação, Sul e Sudeste (6,5). O Centro-oeste fecha a lista (6,0). “Uma dor acima de seis é moderada e já interfere negativamente nas atividades diárias”, destaca o especialista.
De modo geral, 37% dos entrevistados afirmaram que convivem com um incômodo há pelo menos seis meses consecutivos – o dobro do tempo necessário para que o quadro seja considerado crônico. Ao todo, 42% dos indivíduos que responderam ao questionário disseram sofrer com algum tipo dor.
“Se a causa de base não for tratada logo e de maneira adequada, o risco de o sintoma se tornar permanente aumenta”, alerta Fonseca. O tratamento oferecido nesses casos é variado e multidisciplinar. Ou seja, envolve profissionais de diferentes áreas, trabalhando em conjunto para garantir mais qualidade de vida.